metropoles.com

Maia sobre fundo eleitoral: “Sociedade nunca ficará satisfeita”

Para presidente da Câmara, relator da proposta de orçamento que aumenta recursos para eleições tem que explicar de onde vêm os recursos

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Rodrigo Maia
1 de 1 Rodrigo Maia - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em meio à polêmica sobre a possibilidade de aumento do fundo eleitoral, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendeu que os deputados federais apontem de onde virão os recursos e comprovem que áreas prioritárias do orçamento, como a da saúde, não serão afetadas. Embora admita que “a sociedade não vai ficar satisfeita nunca”, o democrata disse acreditar que uma narrativa bem fundamentada pode ajudar a minimizar o desgaste público.

“Todo tema mais sensível para a sociedade tem que ter uma boa narrativa, uma boa explicação. O que eu disse ao relator do orçamento ontem é que ele precisa esclarecer para a sociedade os motivos do aumento do valor, de onde vai tirar os recursos. Não pode ficar dúvidas de que a prioridade do orçamento público tem que ser sempre o cidadão brasileiro”, afirmou ele, em coletiva após palestrar no Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) nesta sexta-feira (06/12/2019).

Para Maia, ainda que a aprovação da medida, neste momento, gere “dificuldades”, a democracia não se faz sem ser financiada. “O alerta que faço sempre é que este é um tema sensível, ainda mais num Brasil que ainda vive em crise. ‘Está tirando recursos da saúde’: o relator tem que vir a público mostrar que não vai, porque certamente esse não é o objetivo de nenhum dos deputados e senadores”, argumentou.

Relatório
O aumento do fundo vem causando reações contrárias desde que, na última quarta-feira (04/12/2019), a Comissão Mista de Orçamento do Congresso aprovou relatório preliminar prevendo não só que o valor salte do R$ 1,7 bilhão de 2018 para R$ 3,8 bilhões nas eleições do ano que vem, mas também que o dinheiro sairia de outras partes do orçamento.

Na saúde, por exemplo, o corte seria de R$ 500 milhões. Na educação, R$ 280 milhões. Infraestrutura e desenvolvimento regional também perderiam – somadas, R$ 380 milhões. O texto é relatado pelo deputado Domingos Neto (PSD-CE), que deve apresentar um relatório definitivo em breve – a previsão é de que o texto chegue ao plenário do Congresso em 17 de dezembro.

Ao todo, 13 partidos apoiam o aumento no fundo: além de PT e PSL, os dois maiores em número de parlamentares, também querem a medida o DEM de Maia, MDB, PTB, PSB, PSDB, PSD, PP, PDT, PL, Solidariedade e Republicanos.

Compartilhar notícia