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Lula fará pronunciamento na COP27. Veja agenda do presidente eleito

Programação de Lula na Conferência do Clima (COP27) inclui evento com governadores da Amazônia Legal e encontro com a sociedade civil

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Imagem colorida mostra Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito, em pé em um palco. Ele usa terno e segura um microfone - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Luiz Inácio Lula da Silva, presidente eleito, em pé em um palco. Ele usa terno e segura um microfone - Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A agenda do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, a COP27, durante a próxima semana, inclui um pronunciamento oficial, evento com governadores da Amazônia e encontros com membros da sociedade civil.

Lula participará da conferência na quarta-feira (16/11) e na quinta-feira (17/11). Na sexta-feira, o próximo chefe do Executivo federal segue para Portugal, à convite do presidente Marcelo Rabelo Sousa, onde tem encontro com autoridades portuguesas. No fim da semana, ele retorna para o Brasil.

Veja a programação do mandatário:

Quarta-feira (16/11):

  • Às 11 horas (16h de Brasília): participa do evento Carta da Amazônia – uma agenda comum para a transição climática, na companhia dos governadores Antônio Waldez Góes da Silva, do Amapá, Gladson de Lima Cameli, do Acre, Mauro Mendes, do Mato Grosso, Helder Barbalho, do Pará, Wanderlei Barbosa , do Tocantins, e Marcos Rocha, de Rondônia;
  • Às 17h15 no Egito (22h15 em Brasília): pronunciamento oficial na “zona azul”, local coordenado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esta é a área restrita à organização onde ocorrem as negociações entre líderes mundiais.

Quinta-feira (17/11)

  • Às 10 horas (15h de Brasília): tem um encontro com representantes da sociedade civil brasileira, no Brazil Hub;
  • Às 15h (20h em Brasília) o presidente eleito se reunirá com os representantes do Fórum Internacional dos Povos Indígenas/Fórum dos Povos sobre Mudança Climática.

Contexto internacional da presença de Lula

A expectativa é de que Lula tenha encontros bilaterais com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e com os presidentes Joe Biden (EUA) e Emmanuel Macron (França). Os encontros visam reconstruir pontes partidas durante o último governo e reposicionar o Brasil no cenário geopolítico. A posição do presidente eleito no Brasil, bastante aguardada na cúpula da ONU, não deve ter grandes surpresas.

Ainda que tenha um histórico bastante diferente do atual governo de Jair Bolsonaro (PL) em termos de visão ambiental, o próximo mandatário brasileiro chegará ao Egito com missões não cumpridas, por fatores como a falta de recursos e a não execução de medidas concretas —, e com o aumento de conflitos diplomáticos.

Na ótica brasileira para a COP27, o protagonismo na questão da segurança alimentar; a quebra de barreiras na União Europeia ao agronegócio brasileiro – aliado à proteção da floresta amazônica; e a abertura para fontes energéticas sustentáveis, como o hidrogênio verde, devem pautar as discussões com a presença do próximo chefe do Planalto.

Além das barreiras do meio ambiente, há espaço para outras pautas relevantes, como o andamento do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, a ser discutido com Macron, e um posicionamento mais firme contra a Rússia, que deve estar na lista de assuntos propostos por Joe Biden.

Ao lado de Lula, governadores lançarão carta sobre a Amazônia na COP27

COP27

A COP27 começou no último domingo (6/11) e vai até o dia 18 de novembro, em Sharm el-Sheikh, no Egito. A cúpula tem a proposta de apresentar soluções para todas as nações envolvidas no esforço global de frear a crise climática, mas esbarrou nos altos níveis inflacionários da Europa e dos EUA, na crise energética e nos rombos fiscais deixados pela pandemia.

As negociações até o momento se formalizaram em torno da redução dos gases dos efeitos estufa e do controle sobre os impactos das mudanças climáticas – que já são uma realidade. Mas, o mapa na mesa este ano é bastante diferente do encontrado na COP26, na Escócia.

Para a próxima semana, a questão que deve ganhar protagonismo gira em torno de como os países industrializados, que mais contribuíram com problemas ambientais, deveriam arcar financeiramente com os reparos dos países que sofrem os impactos das mudanças climáticas diretamente: a esse fenômeno, foi dada a denominação de “perdas e danos”.

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