Jungmann não vê necessidade de usar Exército em julgamento de Lula
Mais cedo, o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) solicitou apoio da Força Nacional para o dia do julgamento
atualizado
Compartilhar notícia
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse à reportagem não concordar com o emprego das Forças Armadas em Porto Alegre, como reforço à segurança da cidade no dia 24 de janeiro, durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quarta-feira (3/1), o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), solicitou apoio do Exército e da Força Nacional para o dia do julgamento, como medida preventiva aos protestos que estão sendo organizados por militantes do PT.
Jungmann argumentou que a Polícia Militar de Porto Alegre “é muito bem preparada e equipada e sabe agir [em casos de distúrbio]”. Ainda, “estão maximizando esta situação”, avaliou. Ademais, Jungmann avisou: será contra, caso haja um novo pedido de emprego das tropas federais na capital gaúcha.“Não cabe à Prefeitura de Porto Alegre solicitar o emprego de Forças Armadas. Somente ao governo do estado, e se houver perda de controle, o que não é o caso”, declarou o ministro, acrescentando: “tampouco acho que haverá necessidade”.
Lula, que será julgado no Tribunal Federal Regional da 4ª Região, já foi condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. Se a condenação for confirmada, o petista pode ser impedido de disputar a eleição presidencial deste ano.
De acordo com nota divulgada pelo prefeito tucano, líderes políticos convocaram uma “invasão” em Porto Alegre. Ele utilizou esta justificativa para defender a necessidade de reforço militar, para “preservar a integridade dos cidadãos e do patrimônio coletivo”.
Ao se declarar contrário ao envio de tropas do Exército à capital gaúcha, Jungmann insistiu que o pedido preventivo não encontra nenhum amparo legal.
“Senão, poderíamos ter prefeitos dos seis mil municípios pedindo a mesma coisa, em caso de problemas em suas cidades”, observou.