Juiz Moro autoriza permanência de Eduardo Cunha em Brasília até 9/10
Peemedebista chegou à cidade em 15/9 para audiência no dia 22. Oitiva foi adiada para outubro e permanência até lá carecia de autorização
atualizado
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O juiz federal Sérgio Moro, da 10ª Vara Federal de Curitiba (PR), autorizou que o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) permaneça em Brasília até o próximo dia 9. O pedido foi apresentado pelo titular da 10ª Vara Federal de Brasília, juiz Vallisney de Souza Oliveira.
O ex-deputado está em Brasília desde o dia 15, vindo de Curitiba, onde cumpre detenção desde novembro do ano passado. A transferência temporária para a capital se deu porque Cunha, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e outros réus da ação penal que investiga corrupção na liberação do FI-FGTS estavam marcadas para quarta-feira (20/9). No entanto, também por determinação do juiz Vallisney de Souza Oliveira, as oitivas foram remarcadas para os dias 4 e 9 de outubro: Cunha será ouvido na última data.
O adiamento se deu à pedido da defesa de Cunha e de Henrique Eduardo Alves. Seus advogados alegaram que não tiveram acesso à delação de Lúcio Funaro, já homologada pelo Supremo, mas que segue em sigilo. Assim, argumentaram, não tiveram acesso à integra das acusações contra seus clientes e, portanto, não poderiam preparar suas defesas de forma adequada. Nesta sexta, Sérgio Moro, responsável pelo processo, oficializou a liberação para a permanência de Cunha em solo candango.9m²
Até sua audiência, o ex-todo poderoso da Câmara dos Deputados será mantido em uma cela de 9m², com dois beliches e um banheiro de 2m x 3m, no Departamento de Polícia Especializada (DPE) da Polícia Civil do Distrito Federal, ao lado do Parque da Cidade. O chuveiro só tem água quente durante o dia. Ainda assim, trata-se de uma cela especial, com vista para o corredor e espaço para acomodar quatro detentos. Cunha terá direito a duas horas de banho de sol por dia: uma pela manhã e outra à tarde.
O mesmo cubículo já recebeu o ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT) e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), presos na Operação Panatenaico e investigados por fraude nos contratos das obras do Estádio Mané Garrincha, corrupção e lavagem de dinheiro.
Apesar da modesta instalação, a defesa de Eduardo Cunha ainda tenta conseguir sua transferência definitiva para Brasília, sob a alegação de que ele tem vínculo afetivo com a capital, seus parentes vivem na cidade e ele responde processos em Brasília. Caberá ao juiz Moro decidir.