metropoles.com

Juiz autoriza união de provas da Saqueador e da Pripyat

Procuradoria do Rio agora vai poder cruzar informações da rede de empresas utilizadas para lavar dinheiro para a Delta com as investigações sobre as propinas pagas a funcionários do alto escalão da Eletronuclear

atualizado

Compartilhar notícia

Agência Brasil/Divulgação
fernando cavendish
1 de 1 fernando cavendish - Foto: Agência Brasil/Divulgação

O juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, autorizou o compartilhamento de provas da Operação Saqueador, deflagrada em junho para investigar as suspeitas de lavagem de R$ 370 milhões em obras tocadas pela construtora Delta e que prendeu o empresário Fernando Cavendish e o contraventor Carlinhos Cachoeira, com a Operação Pripyat, que investiga o esquema de corrupção em obras da usina de Angra 3.

“Verifica-se que a investigação abrange pessoas físicas e jurídicas supostamente envolvidas em diversos esquemas de corrupção e lavagem de ativos em obras no Estado do Rio de Janeiro, dentre as quais algumas das que estão inseridas no bojo desta ação penal”, assinalou o magistrado.

Ambas as operações foram deflagradas pela força-tarefa da Procuradoria da República do Rio, que agora vai poder cruzar as informações da rede de empresas utilizadas para lavar dinheiro para a Delta com as investigações sobre as propinas pagas a funcionários do alto escalão da Eletronuclear.

Saqueador
A Saqueador identificou que a Delta utilizou 18 empresas de fachada para lavar R$ 370 milhões da Delta referente a várias obras públicas entre 2007 e 2012. Neste período, segundo os investigadores, a Delta teve 96,3% do seu faturamento oriundo de verbas públicas, chegando ao montante de quase R$ 11 bilhões.

Essas companhias existentes somente no papel pertencem aos dois principais grupos de operadores do esquema Delta, segundo o MPF, o liderado por Adir Assad e o liderado por Cachoeira. No caso do primeiro grupo, Adir Assad já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e 10 meses de prisão por utilizar suas empresas de fachada para lavar o dinheiro da propina no esquema de corrupção na Petrobras. Para o MPF ele teria adotado o mesmo modus operandi, inclusive usando as mesmas empresas fictícias, para lavar dinheiro da Delta que teria sido direcionado para o bolso de agentes públicos e até políticos.

Também já conhecido das páginas policiais, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, liderava o outro grupo de empresas de fachada que teria lavado o dinheiro da Delta. Ele chegou a ser preso de 2012 na Operação Monte Carlo acusado de liderar um esquema de jogo do bicho em Goiás e também mantinha laços com políticos como Demóstenes Torres (ex-DEM), cassado após vir a tona sua proximidade com o contraventor. Cachoeira já foi condenado a 39 anos de prisão, mas ainda recorria em liberdade até ser detido novamente hoje por ordem da Justiça Federal no Rio.

Atualmente, Assad e Cachoeira respondem a uma ação penal por lavagem de dinheiro perante o juiz Marcelo Bretas. A Pripyat também deu origem a uma ação penal contra 15 pessoas, incluindo cinco nomes que pertenciam à cúpula da Eletronuclear, que respondem por corrupção, lavagem de dinheiro, embaraço à investigação e organização criminosa na 7ª Vara Federal do Rio.

A reportagem tentou contato com os escritórios que defendem Assad e Cachoeira para comentar o caso, mas não obteve retorno. A defesa de Cavendish informou que não iria comentar.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?