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Instituto Força Brasil entra na mira da CPI da Covid

Vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues, destacou a relação da entidade bolsonarista com fake news

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
CPI covid senado Randolfe senador
1 de 1 CPI covid senado Randolfe senador - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O vice-presidente da CPI da Covid-19, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, nesta quinta-feira (15/7), que a comissão vai se aprofundar na investigação ao Instituto Força Brasil — entidade bolsonarista que tem o empresário Otávio Fakhoury como vice-presidente — e “o papel das fake news no agravamento da pandemia”.

“Esse instituto Força Brasil é quem leva até o coronel Elcio Franco. Que tem feito campanhas negacionistas em relação à pandemia, em relação às vacinas, intermedia um negócio para uma vacina fake, um golpe. E esse instituto se constitui um dos principais braços de apoio do governo nas redes sociais”, declarou o senador.

“Os personagens desse instituto são investigados na CPMI da Fake News. Encontramos um meandro entre o papel das fakes na pandemia e a atuação de alguns destes no apoiamento ao governo”, acrescentou.

O representante da Davati Medical Supply, Cristiano Carvalho, afirmou, em depoimento, que em 12 de março teve uma reunião com o Ministério da Saúde para tratar da venda de vacinas. Este encontro teria sido mediado pelo reverendo Amilton de Paula, da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), e pelo coronel Hélcio Bruno, do Instituto Força Brasil.

Carvalho explicou que o advogado do Instituto Força Brasil foi buscá-lo no aeroporto e o levou a uma reunião anterior na sede do instituto. “O Instituto Força Brasil, a meu ver, foi o braço que a Senah utilizou pra chegar frente a frente com [o ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde] Elcio Franco”, disse.

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Carvalho chegou ao depoimento amparado por um habeas corpus, concedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, que lhe permite ficar em silêncio em questões que o autoincriminem.

Em decisão proferida na terça-feira (13), Fux destacou que cabe ao depoente o direito de avaliar o que pode ou não autoincriminá-lo. Pontuou ainda que a CPI da Covid pode decidir se Carvalho abusa ou não do direito fundamental ao silêncio. Com isso, a comissão poderá adotar as providências que julgar cabíveis.

Este é o último compromisso oficial do colegiado antes do recesso parlamentar.

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