metropoles.com

Governo tira R$ 83 mi de programa contra extrema pobreza e realoca na Secom

A “abertura do orçamento”, como a operação é chamada tecnicamente pelo governo, foi assinada pelo secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Michael Melo/Metrópoles
Fabio Wajngarten, chefe da Secom de Bolsonaro
1 de 1 Fabio Wajngarten, chefe da Secom de Bolsonaro - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, retirou R$ 83,9 milhões de um programa de combate à extrema pobreza e realocou o recurso na conta da comunicação institucional da Presidência da República, sob chefia da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).

A “abertura do orçamento”, como a operação é chamada tecnicamente pelo governo, foi publicada nesta quinta-feira (04/06) no Diário Oficial da União (DOU).

Os R$ 83.904.162 deixam os cofres da Transferência de Renda Diretamente às Famílias em Condição de Pobreza e Extrema Pobreza, programa criado em 2004, e que beneficiava populações carentes do Nordeste.

“Abrir ao Orçamento Fiscal da União em favor da Presidência da República, crédito suplementar no valor de R$ 83.904.162,00.  Os recursos necessários à abertura do crédito decorrem de anulação de dotação orçamentária conforme indicado [na portaria]”, escreveu Waldery.

3 imagens
Governo federal tira dinheiro de programa de transferência de renda e envia para a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)
Governo federal tira dinheiro de programa de transferência de renda e envia para a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)
1 de 3

Governo federal tira dinheiro de programa de transferência de renda e envia para a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)

DOU
2 de 3

Governo federal tira dinheiro de programa de transferência de renda e envia para a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)

DOU
3 de 3

Governo federal tira dinheiro de programa de transferência de renda e envia para a Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom)

DOU
Crise

A Secom está no centro de uma crise sobre uso de dinheiro público para publicidade. Um relatório produzido pela CPMI das Fake News identificou 2,065 milhões de anúncios em redes sociais, sites e aplicativos de conteúdo “inapropriado” pagos pela Secom. Entre os canais de divulgação estariam sites de notícias falsas e plataformas de pornografia.

O destino principal da verba era para a veiculação da campanha sobre a reforma da Previdência, que foi distribuída por meio da plataforma Adwords e Adsense, do Google.

Nesta quarta-feira (03/06), o secretário especial de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten, rebateu os dados. Segundo o secretário, na campanha pela reforma da Previdência o governo veiculou 400 milhões de anúncios. Desse total, apenas dois milhões teriam ido parar em sites questionáveis. Com isso, ele avaliou que a assertividade foi de “99,5%”.

Reações

A deputada federal Flávia Arruda (PL-DF), presidente da Comissão Especial do Bolsa Família, disse que vai levar o assunto para reunião com os membros do grupo ainda nesta quinta-feira (04/06).

“A transferência de R$ 83,9 milhões do programa de erradicação da pobreza para a área de comunicação do governo federal, no momento em que milhões de famílias passam fome em função da pandemia e da intensa crise econômica, é grave e precisa ser revista”, disse.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?