metropoles.com

Fusão do PSL com outro partido esbarra em interesses nos estados

Parlamentares de SP, GO e PB veem empecilhos na união com o DEM. Parlamentares dizem não ver “vantagem” na aliança com outras siglas menores

atualizado

Compartilhar notícia

Igo Estrela/Metrópoles
CCJ da Câmara abre sessão que para votar relatório da reforma da Previdência.  Felipe Francischini (PSL-PR), Relator, deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), Dep. Maria do Rosário e Dep. Bia Kicis.
1 de 1 CCJ da Câmara abre sessão que para votar relatório da reforma da Previdência. Felipe Francischini (PSL-PR), Relator, deputado Marcelo Freitas (PSL-MG), Dep. Maria do Rosário e Dep. Bia Kicis. - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Ao mesmo tempo que o presidente Jair Bolsonaro anunciava a sua saída do PSL a um grupo cada vez mais restrito de deputados e senadores, o presidente do seu ex-partido mirava no futuro da sigla. Com uma bancada reduzida a partir da debandada dos bolsonaristas, uma das soluções para manter o agrupamento forte seria a fusão com outro partido. Cogitou-se, em um primeiro momento, o DEM, o Pros e o PSC. Qualquer que seja a escolha, porém, Bivar terá de lidar com os interesses de seus deputados nos estados.

É o caso, por exemplo, do deputado Coronel Tadeu (SP). Militar e paulista, ele é oposição declarada aos governos do PSDB, que há décadas controlam o governo estadual. O DEM é o principal aliado dos tucanos e tem a vaga do vice-governador, ocupada por Rodrigo Garcia.

“O que faria do lado do DEM, que está do lado do [João] Doria, que é o governador que não apoiamos?”, questionou. Na mesma linha, ele disse não ver necessidade de juntar as bancadas com PSC ou Pros, partidos menores e com pouca relevância no Parlamento quando comparados, por exemplo, ao DEM, que tem o presidente da Câmara e o do Senado.

No mesmo sentido, o ex-líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), avalia que uma aliança com o DEM seria um impeditivo da sua atuação no Estado. “Eu apoiei a campanha do [Ronaldo] Caiado, mas hoje sou de oposição”, contou. “Não faz sentido querer me unir a ele agora”, prosseguiu.

Sobre as conversas de Bivar com outros partidos, ele trata o tema como “natural” da posição do presidente da legenda. “Entre conversar com todos até a união de partidos, é um caminho bastante longo”, ponderou.

Da Paraíba, o deputado Julian Lemos tampouco vê com bons olhos a junção com outras legendas. “No meu estado, não tem futuro nenhum. O DEM faz aliança com o PSB na Paraíba”, disse, citando o partido do governador do estado, Roberto Azevedo. “Ouvi por alto sobre essas conversas, mas não fui envolvido. Não me agrada a ideia”, prosseguiu.

Saída de Bolsonaro 
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), anunciou, nesta terça-feira (12/11/2019), que não fará mais parte do PSL. A decisão do chefe do Executivo foi confirmada em reunião com a bancada do partido, no Palácio do Planalto. O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) pediu oficialmente a desfiliação da legenda.

A troca por uma sigla já existente seria uma opção para o capitão da reserva – uma vez que presidentes, além de senadores, não são enquadrados nas regras de fidelidade partidária. Contudo, parlamentares confirmaram que ele pretende levar adiante a criação da legenda “Aliança pelo Brasil”. Uma convenção do novo partido está programada para a manhã do dia 21 de novembro, no Royal Tulip Brasília.

Compartilhar notícia