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Federação repudia fala de Guedes, que comparou servidores a “assaltantes”

Representante de Policiais Rodoviários Federais afirmou que sentimento da categoria é de “injustiça” após as declarações do ministro

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ministro da Economia concede entrevista
1 de 1 Ministro da Economia concede entrevista - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), Deolindo Carniel, repudiou, neste sábado (16/05), declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que a blindagem a certas categorias de reajustes salariais, no contexto do auxílio aos estados, era tentativa de “saquear” o Estado. “Sentimento é de injustiça com o trabalho que a segurança e a saúde estão realizando neste momento”, disse ele ao Metrópoles.

A entidade que Carniel representa também emitiu nota sobre a fala do ministro, feita na última sexta-feira (15/05). “Trata-se de uma afronta à dignidade pessoal de todas as categorias”, afirma o documento.

“Qual o limite do escárnio, do desrespeito e da covardia desse senhor que, além de negar seu papel de funcionário público, trata os milhares de brasileiros que servem a esse país com expressões brutais, agressivas e mentirosas?”, questiona a federação.

Segundo o presidente da entidade classista, aumento salarial sequer é pauta prioritária da PRF – ele afirma que a principal demanda da categoria é a contratação de mais agentes. “Temos o mesmo efetivo de 1994 e, neste momento, estamos sendo bem mais demandados, como em todas as crises. Além das nossas atribuições, ficamos responsáveis por vacinação, distribuição de alimentos… Nossos policiais estão na linha de frente.”

Guedes fez a afirmação durante coletiva no Palácio do Planalto. Na ocasião, ele defendeu que, por causa da pandemia do novo coronavírus, “não é hora” de reajustes salariais para o funcionalismo. “Por favor, não assaltem o Brasil enquanto o Brasil está nocauteado. É inaceitável que tentem saquear o gigante que está no chão, que usem a desculpa para saquear o Brasil”.

“Que história é essa de pedir aumento de salário para policial, para médico? Medalhas antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra, depois da luta. Nós vamos nos lembrar disso, vamos botar o quinquênio, o anuênio, o milênio, o eugênio. Tudo que for preciso. Mas não antes da batalha”, declarou o ministro.

Blindados

Policiais, médicos e outra categorias foram blindados pelo Congresso da proibição, imposta no projeto de auxílio financeiro aos estados, de reajustes aos servidores públicos até o final do ano que vem. A medida é uma contrapartida à ajuda federal a governadores e prefeitos.

O argumento de deputados federais e senadores para excluir as categorias do texto é que elas atuam diretamente no combate à pandemia do novo coronavírus. O projeto ainda aguarda posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a sanção, mas ele já disse que pretende vetar os reajustes.

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