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“Estamos no final da pandemia”, diz Bolsonaro durante ato no Rio

Segundo presidente, o evento neste domingo (23/4) com motociclistas o anima e traz autoridade para agir em nome do povo

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
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1 de 1 bolsonaro_passeio rio - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, durante ato pró-governo no Rio de Janeiro neste domingo (23/5), que o país está no final da pandemia de Covid-19, apesar de dados oficiais indicarem que tem havido aumento no número de óbitos. Bolsonaro também afirmou que a manifestação o anima e traz autoridade para ele agir em nome do povo.

“Estamos no final de uma pandemia, se Deus quiser. Espero brevemente partimos para normalidade”, disse, em discurso no Aterro do Flamengo.

“Enquanto isso, uma manifestação como essa, onde tivemos um amplo apoio de motociclistas de todo o Brasil, isso nos anima, isso nos traz oxigênio, isso nos traz responsabilidade e autoridade também para poder agir em nome de vocês”, continuou.

Bolsonaro ainda frisou a seus simpatizantes que irá agir para assegurar a liberdade do povo. O mandatário é crítico ferrenho de medidas de restrição de circulação, adotadas por governadores e prefeitos com o objetivo de conter a propagação do coronavírus.

“Nós temos o sagrado direito de ir e vir, nós temos o direito de trabalhar, nós temos o direito de professar nossa fé, ir às igrejas e se encontrar com Deus. Esses direitos não podem ser usurpados”, disse.

Em resposta ao pronunciamento do presidente, a multidão gritou “Eu autorizo”, frase que passou a ser proferida por seus simpatizantes depois que Bolsonaro falou na possibilidade de editar um decreto para impedir o lockdown em estados e municípios.

O chefe do Executivo está acompanhado do filho e vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos), dos deputados federais Helio Lopes (PSL-RJ), Marco Feliciano (Republicanos-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ) e Filipe Barros (PSL-PR) e dos ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil).

O ex-ministro da Sáude general Eduardo Pazuello — que depôs na semana passada por mais de 16 horas na CPI da Covid — também apareceu no evento. No local, ele retirou a máscara e foi recebido com aplausos.

“Motociata”

Bolsonaro participou na manhã deste domingo de um passeio com motociclistas no Rio, reduto eleitoral do mandatário e de dois de seus três filhos políticos. Organizado por apoiadores, o grupo de motociclistas saiu às 10h do Parque Olímpico da Barra da Tijuca e percorreu um percurso de 35 km até chegar à Zona Sul. O presidente Bolsonaro saiu na frente conduzindo o comboio.

Um pelotão presidencial foi montado à frente com ministros e pessoas próximas ao mandatário. Atrás, seguiu o grupo maior de apoiadores.

Ao longo do percurso, simpatizantes se reuniram nas vias para cumprimentar e acenar ao presidente. O evento acabou virando uma manifestação popular de apoio ao presidente, apelidada de “motociata”. Com bandeiras do Brasil e faixas pró-governo, pedestres e banhistas gritavam palavras como “mito”.

Mais de mil policiais militares foram deslocados de 4 batalhões para acompanhar o pelotão.

Organizadores do evento esperavam 10 mil motociclistas. O passeio durou cerca de uma hora e meia.

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Pandemia

Contrariando orientações das autoridades sanitárias, o presidente e a maior parte dos simpatizantes não usaram máscaras e provocaram aglomerações. O chefe do Executivo é crítico de medidas de controle adotadas para conter a disseminação do coronavírus. Decretos municipal e estadual no Rio de Janeiro obrigam o uso de máscaras. O descumprimento da norma é passível de multa.

O Brasil acumula 448.208 vidas para a Covid-19 e computou 16.047.438 casos de contaminação desde o início da pandemia. No estado do Rio, foram registrados mais de 49 mil mortes e 840 mil casos.

Segundo dados da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, a taxa de letalidade da Covid-19 no estado está em 5,89%, a maior do país. A taxa de ocupação em leitos de UTI no Rio é de 84%, mas faltam medicamentos e há registro de filas para internação.

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