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Em nome do social, Guedes muda tom e admite desacelerar ajuste fiscal

Ministro contemporizou brechas fiscais para custeio do Auxílio Brasil: “Não vou deixar o povo passar fome para tirar 10 em política fiscal”

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Presidente Jair bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes durante coletiva teto de gastos
1 de 1 Presidente Jair bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes durante coletiva teto de gastos - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Após uma semana de tensão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, mudou o tom e afirmou que não vê problemas em desacelerar o ritmo do ajuste fiscal para poder garantir o pagamento do Auxílio Brasil, programa social substituto do Bolsa Família.

Na tentativa de estancar a crise causada pela manobra para mudar o teto de gastos e ter mais dinheiro para bancar o novo programa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve na sede da pasta, em Brasília, para conversar com Guedes. Depois, apareceram juntos, em tentativa de Bolsonaro de sinalizar apoio ao seu ministro da Economia.

Guedes foi categórico na mudança de rumo. “Não vamos deixar o povo passando fome pra tirar 10 em política fiscal”, declarou.

“O déficit ao invés de ser zerado no ano que vem, que seja um déficit de 1%. Não faz mal. Preferimos atender os mais frágeis. Não há nenhuma mudança no arcabouço fiscal. A economia é forte e vigorosa o suficiente pra segurar isso. Eu seguro isso. Nenhum governo saiu gastando menos do que entrou”, acrescentou.

O ministro afirmou, ainda, que é aceitável o governo diminuir a média em política fiscal para aumentar a nota em social, relacionando a situação com rendimento escolar. E reclamou das críticas dizendo que, no governo, tudo está pacificado. “Falta boa vontade conosco. Isso virou uma guerra”, criticou.

A pasta enfrenta uma grave crise após pressões envolvendo o pagamento do Auxílio Brasil. O estopim foi o pedido de demissão coletivo de quatro secretários do alto escalação da equipe econômica após o governo decidir fixar o benefício em R$ 400, por ordem de Bolsonaro, e furar o teto de gastos. Se o valor inicial sugerido pelo próprio presidente, de R$ 300, fosse mantido, a expectativa era de que não seria preciso driblar a regra que impede aumento de despesas acima da inflação.

Ao longo da semana, entreveros entre a equipe econômica e a ala política movimentaram os bastidores do Palácio do Planalto e do Congresso.

O ministro da Economia sempre se disse contra despesas fora do teto de gastos públicos. Foi o argumento usado, por exemplo, para não prorrogar o auxílio emergencial de R$ 600 no fim de dezembro de 2020.

A manobra que deve viabilizar os R$ 400 mensais para beneficiários do novo programa social foi inserir, na PEC dos Precatórios, uma revisão do período de análise da inflação para determinar o limite de gastos no ano seguinte. Se a PEC for aprovada como está, evitará que o governo seja acusado de desrespeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.

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