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Em dia de decisão sobre Selic, Casa Civil critica BC: “Desserviço”

Copom divulga hoje taxa de juros dos próximos 40 dias. Mesmo com críticas de Lula e quebras bancárias, Selic deve ser mantida

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Ministro da Casa Civil, Rui Costa, concede entrevista coletiva sobre primeira reunião ministerial do governo Lula. Ele fala diante de microfone, sentado diante de mesa e gesticula - Metrópoles
1 de 1 Ministro da Casa Civil, Rui Costa, concede entrevista coletiva sobre primeira reunião ministerial do governo Lula. Ele fala diante de microfone, sentado diante de mesa e gesticula - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

No dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) vai anunciar o patamar da taxa básica de juros, a Selic, pelos próximos 40 dias, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, criticou a autoridade monetária. Ele sustenta as duras posições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o assunto.

Apesar das pressões internas e externas, sobretudo vindas do governo, as estimativas do mercado e de especialistas são de que a Selic se mantenha a 13,75% ao ano. A reunião do Copom foi iniciada na terça (21/3) e termina nesta quarta-feira (22/3). Ou seja, as quebras bancárias pelo mundo e a constante pressão do presidente Lula pela queda da Selic não serão suficientes para a mudança.

Assim, a taxa continuará no maior patamar desde 2016, na quinta manutenção consecutiva dos 13,75%. O resultado oficial deve sair por volta das 18h30.

“Não é explicável essa posição do Banco Central de ficar irredutível a uma taxa tão exorbitante de juros”, disse Rui Costa em café da manhã com jornalistas. Em seguida, o ministro afirmou não acreditar que o mundo inteiro esteja errado e só o Banco Central brasileiro, certo.

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Em seguida, o ministro reforçou críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, que tem sido alvo da artilharia petista.

“O que o presidente do Banco Central está fazendo é um desserviço com a nação brasileira. Ele elevou para 13,75% esse patamar de juro quando a inflação estava em torno de 10%, hoje a inflação está um pouco acima de 5%. Então, o que justifica ele estar com a mesma dose de remédio?”, questionou. “Ele não precisa de um anúncio de um novo marco fiscal para rever isso. Me desculpe, não precisa.”

“A reação do governo vai ser continuar questionando e criticando o presidente do Banco Central por essa decisão”, prosseguiu.

O ministro também seguiu a linha do presidente Lula ao afirmar que a economia está sendo “asfixiada” em razão do patamar dos juros.

Novo arcabouço fiscal

Na terça, Lula disse que o anúncio oficial do novo arcabouço fiscal, medida que substituirá o teto de gastos, deverá ocorrer após a viagem à China, marcada para chegada em 26 de março, com retorno em 31 de março.

 Alguns pontos da proposta já foram apresentados pela equipe econômia a lideranças no Congresso e do mercado. Segundo Lula, é preciso “discutir um pouco mais” esse novo marco fiscal.

“É preciso discutir um pouco mais. A gente não tem que ter a pressa que algumas pessoas do setor financeiro querem. Eu vou fazer o marco fiscal, eu quero mostrar ao mundo que eu tenho responsabilidade. Aliás, eu sempre digo: não tem governo nenhum neste país que foi mais sério que nós fomos nos oito anos em que eu presidi este país”, afirmou o mandatário em entrevista ao vivo à TV 247.

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