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Eleições: Alckmin impõe derrotas a Ciro e Bolsonaro após convenções

Indefinição do PT, que ainda aposta publicamente na candidatura de Lula, deixa cenário obscuro e afeta situação política de Manuela D’Ávila

atualizado

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1 de 1 alckmin-840×560 - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O prazo para a realização de convenções e homologações de candidatos pelos partidos terminou neste domingo (5/8). Foram definidos 13 candidatos à Presidência da República. No entanto, poucos podem dizer que ficaram plenamente satisfeitos com os resultados dos congressos eleitorais.

Concorrendo à Presidência da República pela segunda vez, Geraldo Alckmin (PSDB) obteve o saldo mais positivo em termos de alianças. Apesar de enfrentar dificuldades para crescer nas pesquisas eleitorais, o tucano impôs derrotas substanciais a Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL) ao fechar com oito siglas (DEM, PP, PPS, PR, PRB, PSD, PTB, SD). Essas legendas foram cobiçadas pelos adversários do ex-governador paulista ao longo da pré-campanha.

Alckmin também oficializou a senadora Ana Amélia (PP-RS) como a vice em sua chapa. Ela é vista como uma tentativa de recuperação de votos de eleitores que migraram para Bolsonaro e Álvaro Dias (Podemos) na Região Sul. Ela era candidata à reeleição ao Senado.

Outro postulante que registra saldo positivo pós-convenções é o próprio Álvaro Dias. Ele fechou acordos com o PSC e com os nanicos PRP e PTC. Como efeito prático, ele aumentou em cinco vezes seu tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV. Segundo projeções, saiu de 7 para 40 segundos – tempo semelhante ao de Ciro Gomes. O vice de Dias será Paulo Rabello de Castro, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).

Quem perdeu
Ciro viu suas articulações irem pelo ralo após intervenções do PSDB e do PT. O ex-governador do Ceará perdeu o apoio do Centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD), após um longo cabo de guerra com Alckmin. Além disso, o candidato do PDT viu seu isolamento ficar ainda maior após os petistas fecharem um acordo eleitoral com o PSB. Para apoiar a reeleição de Paulo Câmara ao governo de Pernambuco, o PT cobrou que os socialistas ficassem neutros na eleição presidencial. O PSB era a aliança mais sonhada por Ciro. Ele queria o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda como seu candidato a vice.

Mas Ciro não está só. No penúltimo dia para a realização das convenções, ele fechou um acordo com o Avante, ex-PT do B. O candidato terá a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) como vice, em uma chapa puro-sangue.

Apesar da boa colocação nas pesquisas eleitorais, Jair Bolsonaro (PSL) teve um resultado quase nulo ao longo das convenções. Viu possíveis aliados serem cooptados por adversários e precisou se dedicar à busca de um nome para ser seu vice. Magno Malta foi impedido pelo PR. O general Augusto Heleno, barrado pelo PRP. Janaína Paschoal desistiu por “questões familiares”.

No fim, a decisão ficou entre Luiz Philippe de Orléans e Bragança (membro da família real brasileira) e o general Hamilton Mourão (PRTB). Com o aval de Levy Fidélix, Mourão foi confirmado candidato a vice neste domingo (5) e vai compor uma chapa 100% militar com Bolsonaro.

Movimentações indiferentes
A ex-ministra e ex-senadora Marina Silva (Rede) fechou apenas uma coligação. A ex-seringueira terá o apoio do PV. O partido indicou o vice na chapa: Eduardo Jorge. Ele concorreu à Presidência em 2014. O desafio é garantir, ao menos, os 22,7 milhões de votos conquistados por eles nas últimas eleições. Eles terão cerca de 21 segundos no rádio e na TV, de acordo com projeções.

Isolado, o MDB volta a ter um candidato à Presidência da República após 24 anos. O partido só fechou uma aliança a favor de Henrique Meirelles. O PHS vai apoiar a eleição do emedebista, mas não indicou o candidato a vice. Essa missão ficou com o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto (MDB). Meirelles tentará reverter seu baixo desempenho nas pesquisas eleitorais durante a propaganda eleitoral gratuita. O ex-ministro da Fazenda terá cerca de 2 minutos de publicidade no rádio e na TV – o segundo maior tempo entre os candidatos.

Conhecido por não compor grandes chapas no primeiro turno da eleição presidencial, o PSol terá Guilherme Boulos como representante no pleito de outubro. Apesar de não ter grande representação parlamentar, o partido ganhou espaço nas últimas eleições por participações em debates televisivos. Em 2014, Luciana Genro ultrapassou a marca de 1,6 milhão de votos. Em 2018, a legenda terá o apoio do PCB.

Indefinição petista
O Partido dos Trabalhadores lançou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato ao Planalto. Ele é o líder nas pesquisas eleitorais. No entanto, o registro dele nas urnas ainda é incerto. Condenado a 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula deve ter a candidatura indeferida por conta da Lei da Ficha Limpa. Mesmo assim, o PT deseja registrá-lo em 15 de agosto.

Essa indefinição sobre a candidatura petista deixa o cenário eleitoral obscuro. O partido nega publicamente trabalhar com um plano B para a substituição de Lula na cabeça de chapa. A agremiação também não anunciou um vice, na tentativa de evitar que essa pessoa seja tratada como “o candidato real”. Nos bastidores, cresce a possibilidade de o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad assumir o posto.

O enigma relativo à candidatura petista tem interferido também na situação de Manuela D’Ávila (PCdoB). Ela é cogitada para ser vice do PT.

Nanicos
A corrida presidencial tem cinco candidatos nanicos. Cabo Daciolo (Patriota), João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC) e Vera Lúcia (PSTU) tentarão contornar orçamentos limitados e o baixo tempo de rádio e TV para conquistar os votos dos eleitores.

Mas Daciolo tem um acalento. Conhecido por opiniões e propostas polêmicas, ele tem participação garantida em debates televisivos. A legislação eleitoral determina que candidatos de partidos que tenham ao menos cinco deputados na Câmara federal têm o direito de participar dos debates. O Patriota tem exatamente esse quantitativo.

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