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Eduardo Bolsonaro compara Brasil a Talibã por não poder defender tratamento precoce

Filho do presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com Covid e afirmou que tem tomado remédios sem eficácia comprovada contra a doença

atualizado

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Reprodução/Redes sociais
Eduardo Bolsonaro
1 de 1 Eduardo Bolsonaro - Foto: Reprodução/Redes sociais

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que recebeu diagnóstico positivo para a Covid-19 nesta sexta-feira (24/9), comparou o Brasil com o Talibã, organização considerada terrorista e que assumiu o comando do Afeganistão. A declaração ocorreu durante uma transmissão ao vivo nas redes sociais, na qual o deputado lamentou o fato de não poder fazer propaganda de remédios sem eficácia comprovada cientificamente contra o novo coronavírus.

No vídeo, ele estava visivelmente cansado, com os olhos vermelhos e com sintomas gripais, como tosse. Segundo o parlamentar, ele não apresentou febre.

Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defende o “tratamento precoce”. O discurso, já desmentido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e definido como ineficaz, foi defendido pelo chefe do Executivo diante de líderes mundiais que participaram da 76ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Estou me tratando. Vocês devem imaginar com o quê. […] Tem determinadas coisas que são incríveis, mas a gente não pode falar. É quase que um regime talibanês [sic], porque se você falar algumas coisas, por exemplo, o que você está tomando [contra a Covid], é capaz desse canal aqui cair”, disse Eduardo.

O deputado integrou a comitiva presidencial que viajou aos Estados Unidos (EUA) na última semana, para a Assembleia Geral da ONU.

Durante a viagem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também testou positivo para a Covid. Eduardo é a terceira pessoa acometida pelo novo coronavírus entre os convidados do presidente. A primeira ocorrência foi a contaminação de um diplomata que preparou a viagem brasileira à ONU.

O deputado federal recebeu a primeira dose da vacina da Pfizer/Biontech em 26 de agosto. O imunizante foi aplicado pelo ministro da Saúde.

“Eu não acredito que a vacina, por eu ter tomada a primeira dose da Pfizer e ter contraído [a Covid], eu acho que isso daí não descredibiliza de morte a vacina. A vacina ajuda”, reconheceu o parlamentar durante a live.

Passaporte sanitário

Durante a transmissão, Eduardo Bolsonaro voltou a criticar o passaporte sanitário para vacinados contra a Covid-19, ao que chamou de “exagero de coletivismo” e o “menosprezo do individualismo”.

“O passaporte sanitário é algo que não faz o menor sentido. Primeiro por conta das liberdades individuais. […] Para além disso, fazendo coro com as feministas, o pessoal da esquerda que se apodera de uma causa social, sempre falou-se em ‘meu corpo, minhas regras’. Estranho que esse pessoal, — pelo menos eu não vi — publicamente, não se coloque contra um passaporte vacinal”, disse.

Em alguns países, a comprovação da imunização é exigida não só em eventos com grande número de pessoas, mas também em restaurantes. No Brasil, o passaporte sanitário já é adotado em 201 cidades.

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