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Do Coaf à prisão, veja trajetória da investigação contra Fabrício Queiroz

Ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro é apontado como operador de esquema de “rachadinha” na Alerj

atualizado

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Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro
1 de 1 Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro - Foto: Reprodução

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), Fabrício Queiroz, preso na manhã desta quinta-feira (18/06) em Atibaia, no interior de São Paulo, é figura central na investigação que apura um esquema de “rachadinha” no período em que o filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro, era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Flávio cumpriu quatro mandatos consecutivos na casa, entre 2003 e 2018.

Queiroz passou a ser investigado ainda em 2018, após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontar movimentações financeiras atípicas. O órgão atua no combate à lavagem de dinheiro e identificou movimentações suspeitas feitas pelo ex-assessor. A estimativa é de que cerca de R$ 2,3 milhões tenham sido movimentados no esquema. Entre as transações, foi identificado um cheque de R$ 24 mil depositado na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

O Coaf também identificou que o senador recebeu 48 depósitos de R$ 2 mil reais, totalizando R$ 96 mil, em apenas cinco dias. O dinheiro foi depositado de um caixa eletrônico em uma agência bancária no interior da Alerj. À época, o Coaf não identificou o autor das transações e relatou que a forma fracionada como a ação foi feita despertava suspeita sobre a ocultação da origem do dinheiro.

Os relatórios produzidos pelo Ministério Público Federal (MPF) servidores da Alerj lotados no gabinete de Flávio fizeram transferências para a conta de Queiroz. Entre os funcionários está a filha de Queiroz, Nathalia Melo de Queiroz, lotada na Alerj até dezembro de 2016. Depois, ela trabalhou para Jair Bolsonaro na Câmara.

Investigações

Em janeiro de 2019, o senador Flávio Bolsonaro pediu a suspensão das investigações instauradas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, acatou a solicitação. Em seguida, o presidente da corte, Dias Toffoli, acolheu outro pedido da defesa contra o compartilhamento de dados por órgãos de controle.

A decisão afetou outras 700 investigações criminais, incluindo apurações relacionadas à lavagem de dinheiro por organizações criminosas.

Denúncias de Paulo Marinho

Suplente de Flávio no Senado, o empresário Paulo Marinho disse, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, que Flávio foi informado antecipadamente pela Polícia Federal sobre a operação Furna da Onça, que investiga o esquema de “rachadinhas” na Alerj.

Segundo Marinho, Flávio, em encontro na sua casa no dia 13 de dezembro, contou ter sido procurado pelo ex-coronel Miguel Braga, que hoje chefia o gabinete no Senado. Nesse encontro, o ex-militar contou ter recebido a ligação de um delegado da PF “simpatizante e adepto” da campanha bolsonarista. O homem pediu um encontro para tratar de um assunto que seria de interesse do então senador eleito.

Flávio, então, teria relatado que informou ao pai, o atual presidente Jair Bolsonaro, sobre o que descobriu. O então candidato disputando o segundo turno mandou que ele demitisse Queiroz. De fato, o funcionário foi afastado do gabinete no dia 15 de outubro. A filha, que trabalhava diretamente com Bolsonaro, foi demitida no mesmo dia.

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