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Damares lamenta saída de Ribeiro do MEC: “Perdemos um grande ministro”

Ministra estava em audiência no Senado Federal ao ser comunicada por jornalistas da exoneração do colega e externou surpresa com demissão

atualizado

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, depõe em audiência no Senado. Ela usa máscara, sentada à mesa, e olha para frente - Metrópoles
1 de 1 Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, depõe em audiência no Senado. Ela usa máscara, sentada à mesa, e olha para frente - Metrópoles - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, lamentou a exoneração de Milton Ribeiro do Ministério da Educação (MEC), que ocorre após a divulgação de suposto favorecimento pelo titular do MEC a pastores evangélicos aliados ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Após participar de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, nesta segunda-feira (28/3), a ministra foi comunicada da saída de Ribeiro por jornalistas e externou surpresa com a demissão. “Surpresa. Para mim, é uma surpresa. Lamento, perdemos um grande ministro”, disse.

Damares esteve no colegiado para prestar esclarecimentos sobre nota técnica editada pelo seu ministério, em que desestimula a obrigatoriedade da vacinação infantil contra a Covid-19, além de se posicionar de forma contrária ao passaporte vacinal.

Na ocasião, ela negou que a pasta tivesse a intenção de sinalizar contrariedade à imunização de menores de idade. A ministra também defendeu que a discussão sobre a segurança e eficácia da vacinação de crianças teria causado “pavor” e “pânico nas famílias”.

“As crianças estavam em pânico. Nós geramos pânico nas crianças. Precisamos entrar na discussão para que o pânico passasse. Precisávamos dizer a elas que nenhuma criança vai para o orfanato [se não vacinar], nenhuma criança vai para o abrigo. Esse foi nosso papel”, disse aos senadores.

Escândalo no MEC

Ribeiro deixou o comando do Ministério da Educação, após a revelação de um escândalo na pasta envolvendo suposto favorecimento a aliados de Bolsonaro. O caso veio à tona após a divulgação pelo Estado de S.Paulo de áudios atribuídos a uma conversa entre o ministro e pastores.

Logo depois da publicidade das gravações, ao menos 10 prefeitos confirmaram a existência de um gabinete paralelo da Educação, no qual pastores supostamente atuaram na intermediação de recursos para escolas públicas. Dos 10, pelo menos três confirmaram que, em algum momento, escutaram pedidos de propina em troca da liberação de verbas.

Segundo o prefeito de Luís Domingues, no Maranhão, Gilberto Braga (PSDB), Arilton Moura teria pedido 1 kg de ouro, em uma conversa no restaurante Tia Zélia, em Brasília, após almoço informal com a presença do ministro.

O Ministério Público (MP) solicitou que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue suposta priorização de lideranças evangélicas para agendas e recursos do MEC.

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