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Damares defende direito de greve a policiais militares em motim

A ministra comentou o motim da PM deflagrado que entra no sétimo dia com 147 mortos no Ceará

atualizado

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Andre Borges/Esp. Metrópoles
ministra Damares Alves, de camisa laranja
1 de 1 ministra Damares Alves, de camisa laranja - Foto: Andre Borges/Esp. Metrópoles

A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, defendeu o direito dos policiais militares fazerem greve, apesar de a Constituição brasileira proibir movimentos dessa natureza na categoria das forças de segurança. “Todo mundo tem direito à greve. As categorias têm direito à greve”, disse ministra à coluna de Jamil Chade, do UOL.

As declarações foram dadas após a ministra discursar, em genebra, na Suíça, onde participa da 43ª reunião do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. “O que eu percebi é que os policiais no Ceará estão no limite”, disse a ministra.

“Só que o direito à greve também respeite o direito à vida, o direito à proteção, o direito de ir e vir. Só isso que estou querendo que eles [PMs amotinados no Ceará] observem”, declarou Damares. “Direito à greve é direito garantido”.

“Nós temos leis que regulam a greve no Brasil. Agora, as pessoas questionam, mas as forças de segurança têm direito à greve? Direito à greve é direito à greve”, insistiu.

Motim
Nesta segunda-feira, subiu para 147 o número de assassinatos registrados no Ceará durante o motim de policiais militares. O dado foi divulgado pelo governo do estado e se refere ao período entre meia-noite de quarta-feira (19/02/2020), início a greve dos policiais e 23h59 de domingo (23/02/2020).

O motim de policiais militares teve início no estado quando homens encapuzados que se identificam como agentes de segurança do Ceará invadiram e ocuparam quartéis, depredando veículos da polícia. Policiais militares reivindicam aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana. Por conta da crise na segurança, a Força Nacional e o Exército passaram a atuar em Fortaleza.

Nesta segunda, pelo menos três batalhões de Fortaleza e da região metropolitana seguem ocupados por grupos de amotinados. Mais de 200 agentes de segurança já foram afastados por participação nos atos e 37 foram presos por deserção.

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