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CPI ouve diretor de farmacêutica que lucrou com ivermectina na pandemia

Vitamedic aumentou em mais de 1.000% as vendas do medicamento sem comprovação de eficácia para a Covid-19

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
CPI da Covid
1 de 1 CPI da Covid - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira (11/8), Jailton Batista, diretor-executivo da Vitamedic Indústria Farmacêutica. O objetivo do depoimento é tratar sobre a venda do “kit Covid”, que contém medicamentos sem eficácia comprovada para o tratamento da Covid-19.

A farmacêutica é produtora de ivermectina, um dos medicamentos sem eficácia para a doença, cuja venda resultou em grande lucro durante a pandemia.

Com base em dados enviados pela empresa à CPI, a venda da droga saltou de 5.707.023 comprimidos em 2019 para 75.272.293 em 2020, o que corresponde a um aumento de 1.229%. O preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73,87 para R$ 240,90, um incremento de 226%.

Ademais, a publicidade relacionada ao fármaco saiu de R$ 0 em 2019 para R$ 12 mil em 2020 e atingiu R$ 39 mil, entre janeiro e maio deste ano. O que representa um aumento de 225% entre 2020 e 2021.

“A Vitamedic bancou a publicidade de medicamento não comprovado cientificamente [para o tratamento da Covid-19] e teve aumento assustador no faturamento com a pandemia”, disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM).

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O requerimento original, contudo, convocava o empresário José Alves Filho, mas ele, em ofício enviado à comissão, argumentou que, como acionista da Vitamedic, poderia responder apenas sobre “investimentos fabris e novas aquisições”. Ele, então, sugeriu que a CPI ouvisse Batista, a quem caberia “a administração das rotinas diárias” da empresa.

Alves Filho, porém, já teve os sigilos telefônico, telemático, fiscal e bancário quebrados pela CPI. O empresário recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas teve a liminar negada pela ministra Rosa Weber.

Segundo a ministra, o propósito público de esclarecer o impacto das atividades por ele desenvolvidas e o seu relacionamento com o presidente da República prevalecem sobre o seu direito à intimidade.

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