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Cinco vezes em que Bolsonaro contrariou sua rede de apoiadores

Caso envolvendo Ilona Szabó é o mais recente e fez Moro recuar; crise envolvendo família e reclamações de aliados aumentam lista

atualizado

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Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro – presidente
1 de 1 Jair Bolsonaro – presidente - Foto: Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Eleitores e aliados têm mostrado a Jair Bolsonaro (PSL) que ele precisará de mais habilidade política e jogo de cintura para lidar com discordâncias sobre decisões da Presidência.
Há dois meses no cargo, ele já teve de enfrentar crises envolvendo família e membros do governo, indicações reprovadas por eleitores e, ainda, convive com reclamações de seus aliados políticos. Relembre os casos abaixo.

1. #IlonaNão
O caso envolvendo a cientista política Ilona Szabó é o mais recente. Escolhida pelo ministro Sergio Moro para ser suplente no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, ela virou alvo da fúria da rede bolsonarista por já ter manifestado discordância com ideias do presidente. A hashtag #IlonaNão virou trending topic no Twitter.

Não durou uma semana no Conselho. Após a repercussão, Bolsonaro solicitou a Moro que retirasse a indicação. “Moro disse que lamentava, mas o presidente não sustentava a escolha na base dele”, disse ela ao jornal Estadão.

2. Mozart x bancada evangélica
Escolhido para comandar o Ministério da Educação como revelou o Estadão, o educador Mozart Neves Ramos foi reprovado por eleitores e pela bancada evangélica por discordar, entre outros temas, do Escola Sem Partido.

“Não há afinidade ideológica. A bancada evangélica não vai respaldar um ministro que não tenha afinidade”, disse o deputado Ronaldo Nogueira (PTB-RS), ligado à Assembleia de Deus, ao Estadão. Bolsonaro recuou e escolheu Ricardo Vélez Rodríguez para o cargo.

3. PSL sem espaço
Mesmo antes do início dos trabalhos no Congresso, deputados e senadores do PSL reclamaram da falta de espaço de seus quadros no governo e, ainda antes, na equipe de transição de Bolsonaro. Líderes do partido pressionaram o então presidente eleito para que indicasse alguns de seus quadros para ministérios.

4. Falta de articulação
A articulação política de Bolsonaro com o Congresso tem sido uma dificuldade para o governo, que precisa de apoio se quiser aprovar pautas como a reforma da Previdência. Nesta semana, Maia fez alerta.

“Não tem velha e nova política, tem a política. O problema é a governabilidade da Casa em conjunto. A reforma da Previdência vai ter um peso positivo para o governo em 2022, e os deputados querem compreender como isso será dividido”, disse Maia. “O governo tem o PSL na base e não tem mais partido algum. Precisamos trazer uns 10, 12 partidos para a base para ter musculatura.”

5. Bebianno
O “romance” entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno durou pouco. Fã que virou braço direito de Bolsonaro, chegou a dizer, no ano passado, que era apaixonado pelo então deputado – “de forma hétero”, destacou. Menos de dois meses depois de entrar no governo, saiu ressentido pela demissão envolvendo as rusgas com o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente. Ele também é suspeito de envolvimento em desvio de recursos de campanhas do PSL.

Sinais de alerta
Apoio a Maia
O apoio declarado do PSL, partido do presidente, à reeleição de Rodrigo Maia para o comando da Câmara, ligou sinal de alerta em apoiadores de Bolsonaro. Mais de uma vez, o governo e aliados fizeram questão de declarar que o apoio era do partido e não do presidente, nem do governo. As críticas vieram por eleitores de Bolsonaro enxergarem Maia como um representante da chamada “velha política”.

Mercado preocupado com reação árabe
Majoritariamente favorável à ascensão de Bolsonaro, o mercado se mostrou receoso após a retaliação de países árabes ao Brasil em função das declarações pró-Israel do então presidente eleito. Durante a campanha, ele enfatizou o plano de mudar a embaixada do país em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
A localização da embaixada é uma questão sensível porque Israel e Palestina disputam o predomínio sobre Jerusalém. O Estado judeu considera toda a cidade como sua capital, enquanto os palestinos desejam tornar Jerusalém Oriental a capital do seu futuro Estado.

 

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