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Braskem: Lava Jato ignorou delação contra Grubisich, diz jornal

Ex-presidente da subsidiária da Petrobras foi preso em Nova York por fatos que eram conhecidos dos investigadores brasileiros desde 2016

atualizado

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Paulo Liebert/Estadāo Conteúdo
José-Carlos-Grubisich
1 de 1 José-Carlos-Grubisich - Foto: Paulo Liebert/Estadāo Conteúdo

Preso pela polícia americana ao desembarcar no aeroporto JFK em Nova York, no início da manhã de quarta-feira passada (20/11/2019), conforme revelou a coluna Grande Angular, o ex-presidente da Braskem José Carlos Grubisich já havia sido delatado em 2016 no Brasil por operar caixa 2 na companhia, que é subsidiária da Petrobras, mas não foi denunciado.

Foi devido a essa denúncia que Grubisich foi investigado em segredo nos Estados Unidos e preso ao desembarcar no país.

De acordo com reportagem publicada nesta segunda (25/11/2019) pelo jornal Folha de S.Paulo, as informações que o levaram à prisão nos EUA estão no acordo de leniência da Braskem, firmado em dezembro de 2016 com o Ministério Público Federal.

Apesar disso, Grubisich (imagem em destaque) nunca foi denunciado à Justiça no Brasil.

O jornal ouviu advogados que avaliaram que denunciar o ex-executivo poderia levar a questionamentos sobre a ação penal que condenou, em 2016, Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht e também ex-presidente do conselho de administração da Braskem.

A empresa atualmente tem capital aberto e Petrobras e Odebrecht como maiores acionistas.

Ainda segundo fontes ouvidas pela Folha, reconhecer o envolvimento de Grubisich também poderia levar a questionamentos jurídicos sobre a permanência do caso na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, uma vez que a ligação com a Petrobras não estaria clara.

Outro lado
Em nota enviada para a Folha, o procurador Deltan Dallagnol, coordernador da força-tarefa da Lava Jato do MPF no Paraná, informou que “os acordos de leniência com a Odebrecht e a Braskem permitiram alcançar informações e provas em relação a centenas de crimes e pessoas. A partir disso, cada país desenvolveu linhas de investigação próprias que estão em diferentes estágios de maturação”.

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