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#BolsonaronaOnu vai ao trending topics mundial ante polarização

Bolsonaro foi o oitavo mandatário brasileiro a discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU

atualizado

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Alan Santos/PR
Presidente da República, Jair Bolsonaro, discursa durante a abertura do Debate Geral da 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU)
1 de 1 Presidente da República, Jair Bolsonaro, discursa durante a abertura do Debate Geral da 74ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) - Foto: Alan Santos/PR

O discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) chegou ao topo das tendências mundial no Twitter. No início da tarde desta terça-feira (24/09/2019), por volta das 13h25, a tag #BolsonaronaOnu liderava o trending topics Brasil e figurava na segunda posição em todo o mundo.

Ministros do governo Bolsonaro, bolsonaristas e alguns parlamentares elogiaram o discurso do mandatário brasileiro. Os apoiadores aproveitaram ainda para resgatar falas antigas dos ex-presidentes Michel Temer (MDB), Dilma Roussef (PT) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Por outro lado, a oposição descreveu o discurso como “vergonhoso” e “vexame internacional”. Para a presidente do PT nacional, senadora Gleisi Hoffmann, a fala de Bolsonaro foi “vazia como ele”. Segundo a parlamentar, “não trouxe nada de concreto e se resumiu a uma guerra ideológica contra governos, ONGS, militantes e a imprensa. Não apresentou nenhuma solução para o desmatamento na Amazônia. Um completo vexame”.

Oitavo mandatário brasileiro a discursar no evento, Bolsonaro destacou uma espécie de “renascimento” do Brasil após o país ter quase se tornado, na sua avaliação, um país “socialista”. Ainda segundo o chefe do Executivo, “é falácia propor que a Amazônia seja internacional”.

Ao longo da fala, o presidente reiterou a disposição do governo de tocar reformas econômicas, elogiou o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e defendeu a pluralidade religiosa. Veja aqui a íntegra do discurso do presidente na abertura da 74ª edição do evento.

“Renascimento” do Brasil
Bolsonaro ressaltou a relação do Brasil com países como Cuba e Venezuela, alvos de duras críticas. “Respaldado por entidade de direitos humanos, antes mesmo de eu assumir o governo, quase 90% dos profissionais do Mais Médicos deixaram o Brasil de forma unilateral”, reclamou.

O presidente disse que acredita, entretanto, que a ação foi benéfica. “Deixamos de contribuir com a ditadura cubana enviando todos os anos milhares de dólares para lá”, destacou. Bolsonaro falou das medidas que os médicos serão submetidos. “Os que ficaram, se submeterão à qualificação médica”, garantiu.

O chefe do Palácio do Planalto subiu o tom com o clã Castro, do qual são oriundos os irmãos Fidel e Raul Castro. “A história nos mostra que já nos anos 1960 que agentes cubanos foram enviado a diversos países para implantar ditaduras”, atacou.

Ele emendou: “Há poucas décadas tentaram mudar o regime do nosso país. Vencemos a guerra e resguardamos a nossa dignidade. Centenas de militares e civis morreram e outros tantos tiveram sua reputação manchada”, disse, fazendo alusão á ditadura militar brasileira.

Amazônia
Mesmo diante da recente crise envolvendo os incêndios na Amazônia, o presidente Jair Bolsonaro disse, em seu discurso, que o Brasil é referência mundial na preservação do meio ambiente. “Em primeiro lugar, meu governo tem o compromisso solene com o meio ambiente e com o desenvolvimento sustentável”, afirmou. “Nossa Amazônia é maior que toda a Europa Ocidental e permanece praticamente intocada, prova que somos um dos países que mais protegem o meio ambiente”, prosseguiu.

O alto volume de incêndios que a floresta vem registrando, na avaliação do presidente, tem origem no clima especialmente seco que tomou parte do Brasil neste ano. “Clima seco favorece queimadas espontâneas e criminosas”, argumentou. “Problemas qualquer país os tem. Os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional despertaram o nosso sentimento patriota. É falácia dizer que a Amazônia é de propriedade internacional”, prosseguiu.

Bolsonaro, mesmo sem citar o nome do presidente francês, Emmanuel Macron, disparou contra o líder europeu. “Um país, ao invés de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma despropositada e colonialista”, atacou. “Um deles, por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir sanções ao Brasil sem sequer nos ouvir. Agradeço os que não aceitaram levar adiante essa absurda proposta”, afirmou. “Respeito a liberdade e soberania de cada um de nós”.

Oitavo presidente
Bolsonaro foi o oitavo presidente brasileiro a discursar na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O tema deste ano é “Reunir esforços multilaterais para erradicação da pobreza, educação de qualidade, ações climáticas e inclusão”. Em 2016, Michel Temer fez o discurso de abertura e destacou o processo de impeachment, que tirou Dilma Rousseff do cargo e permitiu a sua ascensão. Segundo ele, o processo foi correto. Veja os presidentes que também discursaram na abertura da ONU e o que eles representaram:

  • Michel Temer (2016): falou sobre o impeachment
  • Dilma Rousseff (2011): primeira mulher a fazer o discurso de abertura da Assembleia
  • Lula (2009): destacou as reações do Brasil à crise global de 2008
  • Fernando Henrique (2001): prestou solidariedade aos americanos após o 11 de setembro
  • Fernando Collor (1990): destacou a dificuldade da América Latina em vencer a dívida externa
  • José Sarney (1985): Primeiro presidente após a ditadura a discursar na ONU
  • João Figueiredo (1982): Primeiro presidente brasileiro a falar na Assembleia Geral em toda a história

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