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Bolsonaro volta a atacar países europeus que defendem a Amazônia

Em cerimônia na Academia das Agulhas Negras, presidente reclamou de uma “guerra de informação” para tentar diminuir a soberania brasileira

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
16/08/2019 Solenidade de Celebração do Dia Internacional da Ju
1 de 1 16/08/2019 Solenidade de Celebração do Dia Internacional da Ju - Foto: Marcos Corrêa/PR

O presidente, Jair Bolsonaro (PSL), voltou a alfinetar países europeus que pedem maior cuidado com a Amazônia. Em seu discurso durante a cerimônia de entrega de espadim aos cadetes da turma Bicentenário da Independência do Brasil no Rio de Janeiro, na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), ele reclamou de uma “guerra de informação” patrocinada por países interessados em diminuir a soberania brasileira sobre a reserva.

“Jovens cadetes, no meu último ano de mandato eu estarei aqui com vocês, onde sairão para os quatro cantos do Brasil. Em especial aqueles que vão para a nossa rica Amazônia. Temos o compromisso com esse pedaço de terra mais rico e sagrado do mundo. Não é à toa que outros países cada vez mais tentam ganhar a guerra da informação para que nós venhamos perder a soberania sobre essa áreas”.

Fundo Amazônia

Noruega e Alemanha retiraram investimentos para a Amazônia após a decisão do atual governo de reformular o fundo e extinguir o Comitê Orientador do Fundo Amazônia. Só a Noruega deve bloquear o repasse de cerca de R$ 134 milhões para o fundo. Bolsonaro chegou a declarar que os países que falam na preservação da reserva estão, na verdade, interessados em sua exploração. “O Brasil é uma virgem que todo tarado de fora quer”, disse ele.

O último país a declarar que irá suspender os recursos para o Fundo da Amazônia foi a Noruega. Questionado sobre essa medida daquela nação, Bolsonaro ironizou: “A Noruega não é aquela que mata baleia lá em cima, no Polo Norte, não? Que explora petróleo também lá? Não tem nada a dar de exemplo para nós. Pegue a grana e ajude a Angela Merkel (chanceler alemã) a reflorestar a Alemanha”.

Na mesma linha de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, havia feito críticas semelhantes à Noruega. “O grande doador do Fundo Amazônia explora petróleo em uma área sensível e, ao mesmo tempo, fomenta recursos para ONGs e entidades que vedam completamente o debate sobre a exploração dos recursos naturais. Veja a contradição”, desdenhou. O governo norueguês rebateu. Explicou que “a exploração é feita de maneira sustentável”.

Enéas

Ainda nessa escalada verbal contra as nações europeias que defendem a preservação da maior reserva brasileira, Bolsonaro postou um vídeo no Twitter em que utiliza declaração de Enéas Carneiro, candidato a presidente em 1989 e 1994 pelo Prona, para afirmar sua teoria conspiratória contra essas nações. “Enéas Carneiro, sargento do Exército e médico, nos dá a certeza da urgência de nos preocuparmos com a rica e cobiçada Amazônia”, diz o vídeo.

Agulhas Negras

O presidente participou, na manhã deste sábado (17/08/2019), da cerimônia de entrega de espadim aos cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ). Acompanhavam o chefe do Executivo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM); o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; a procuradora-geral da República, Raquel Dodge; e os governadores do Rio, Wilson Witzel (PSC), de São Paulo, João Dória (PSDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).

A entrega de espadins é uma tradição criada pelo Marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque na Escola Militar do Realengo desde 1932.  No ano anterior, a instituição juntou novamente o Corpo de Cadetes, que havia sido abolido pela República em 1889. No boletim escolar daquele ano foi publicada a utilização do uniforme histórico, da barretina de 1852 e do cordão com palmatória e borlas, que servia para distinguir os diferentes anos dos alunos no Império. Uma cópia fiel reduzida da espada de campanha do Duque de Caxias, símbolo da honra militar, que passou a distinguir o cadete.

Esse é o primeiro compromisso de Bolsonaro neste sábado (17/08/2019). O presidente da República ainda vai a São Paulo, onde participa de um evento de vaquejada em Barreto, depois visita o Hospital de Amor. Às 20h, prestigia a cerimônia de abertura do rodeio da 64ª Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos. Por volta das 22h, pega voo para Brasília.

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