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Bolsonaro sobre Covaxin: “Se algo estiver errado, apuraremos”

Presidente negou recebimento de doses da vacina e disse que, em dois anos e meio de governo, não há ato de corrupção

atualizado

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Anderson Riedel/PR
Presidente Jair Bolsonaro
1 de 1 Presidente Jair Bolsonaro - Foto: Anderson Riedel/PR

Em visita a Jucurutu (RN), na manhã desta quinta-feira (24/6), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou a denúncia de irregularidades na aquisição da vacina indiana Covaxin. Sem citar o nome do fármaco, ele afirmou que o governo não recebeu uma dose sequer do imunizante.

Na quarta-feira (23/6), o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) denunciou suposto favorecimento na compra das vacinas Covaxin pelo Ministério da Saúde. O irmão dele, Luis Ricardo Miranda, é servidor concursado da pasta e relatou pressões nas tratativas para aquisição do fármaco.

“Para a tristeza de alguns poucos, o governo está completando dois anos e meio sem nenhuma acusação de corrupção”, declarou o presidente em seu discurso.

“Não adianta inventar vacina, porque não recebemos uma dose sequer dessa que entrou na ordem do dia da imprensa ontem. Nós temos um compromisso: se algo estiver errado, apuraremos, mas, graças a Deus e graças à qualidade dos nossos ministros, até o momento, não temos um só ato de corrupção em dois anos e meio”, prosseguiu.

O deputado, então aliado do mandatário, alertou um ajudante de ordens do presidente sobre possível corrupção no processo de compra do imunizante indiano. Segundo registros de trocas de mensagens por WhatsApp, a gestão federal não deu continuidade às investigações.

A repercussão das denúncias levou o vice-presidente da CPI da CovidRandolfe Rodrigues (Rede-AP), a requisitar segurança para o deputado federal, o irmão dele e familiares.

Em agosto do ano passado, o imunizante contra a Covid-19 foi orçado em 100 rúpias, valor que equivale a US$ 1,34 a dose, segundo a Bharat Biotech, laboratório que fabrica o fármaco. A informação consta em um telegrama sigiloso da embaixada brasileira na Índia.

O preço acordado com o Ministério da Saúde, no entanto, é mais alto — de US$ 15 por unidade, o que equivale a R$ 80,70, na cotação da época. A informação foi revelada pelo jornal Estado de S.Paulo.

Também chama a atenção o fato de que, diferentemente das outras vacinas adquiridas pelo Ministério da Saúde, o contrato foi articulado com a Precisa Medicamentos, representante da Bharat Biotech no Brasil, e não com o próprio laboratório.

Outro telegrama do Itamaraty mostra que o embaixador brasileiro na Índia relatou críticas ao governo indiano por causa do valor pago pela vacina. Eles compraram o imunizante por US$ 4,10, quantia mais barata do que a oferecida ao Brasil.

Agenda no Rio Grande do Norte

Bolsonaro participou nesta manhã de cerimônia alusiva à visita técnica à Barragem de Oiticica. À tarde, o presidente participa de cerimônia de Assinatura da Ordem de Serviço do Ramal do Apodi, em outro município do Rio Grande do Norte, Pau dos Ferros. Ele regressa a Brasília no início da noite.

Acompanham o presidente na agenda os ministros Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Faria, que é deputado federal licenciado pelo PSD do Rio Grande do Norte, usou a cerimônia para alfinetar a governadora do estado, Fátima Bezerra (PT).

Ao fim da cerimônia, Bolsonaro disse: “Tenho certeza que lá na frente, bem lá na frente, entregaremos governo muito, mas muito melhor do que aquele que recebi em janeiro de 2019”.

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