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Bolsonaro se confunde sobre áudio de irmã de ex-PM e cita Marielle

Ao comentar áudio de irmã do ex-policial Adriano da Nóbrega, presidente disse que nunca teve razão para matar vereadora, assassinada em 2018

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O presidente Bolsonaro cumprimenta os Oficiais-Generais promovidos na cerimônia realizada no palácio do Planalto. Ele olha para cima frente ao palco com fundo azul - Metrópoles
1 de 1 O presidente Bolsonaro cumprimenta os Oficiais-Generais promovidos na cerimônia realizada no palácio do Planalto. Ele olha para cima frente ao palco com fundo azul - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou, nesta quinta-feira (7/4), o áudio da irmã do ex-policial Adriano Magalhães da Nóbrega, acusado de chefiar o Escritório do Crime no Rio de Janeiro.

Na gravação interceptada pela Polícia Civil, Daniela Magalhães da Nóbrega diz que o Palácio do Planalto ofereceu cargos comissionados em troca da morte do ex-capitão.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro tentou se defender e acabou se confundindo. Disse que nunca teve motivos para matar a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018. Adriano é investigado pela morte da política.

“Alguém me aponte um motivo que eu poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum. Zero. É um negócio que não dá nem para discutir mais”, disse o presidente.

“Os áudios dela, pelo o que eu tomei conhecimento, ela se equivocou. Em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto. Ela se equivocou. Só ouvir lá. Pelo o que lembro, nunca conversei com ela. Mas só tem uma explicação para isso. […] Estão espalhando fake news”, acrescentou.

Entenda

A gravação da irmã de Adriano da Nóbrega foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. Ouça: 

Adriano foi morto em 9 de fevereiro de 2020, em uma operação policial na Bahia. Dois dias depois, Daniela Magalhães da Nóbrega, sua irmã, disse a uma tia que ele sabia de uma reunião envolvendo seu nome no Planalto, e que desejavam que ele se tornasse um “arquivo morto”.

“Ele já sabia da ordem que saiu para que ele fosse um arquivo morto. Ele já era um arquivo morto. Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele, já. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso, já. Foi um complô mesmo”, disse ela na ligação, obtida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro há dois anos, e divulgada pela Folha.

Escritório do Crime

Adriano era considerado um dos milicianos mais procurados do Rio de Janeiro, suspeito de comandar o Escritório do Crime. Ele também era apontado como envolvido na morte da vereadora Marielle Franco. Ainda teria participado do esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), quando ele era deputado estadual na Assembleia Legislativa (Alerj).

Daniela disse para a tia que suspeitava de “queima de arquivo” na morte do irmão, que ocorreu durante suposto confronto com a polícia da Bahia. “Ele falou para mim que não ia se entregar porque iam matar ele lá dentro. Iam matar ele lá dentro. Ele já estava pensando em se entregar. Quando pegaram ele, tia, ele desistiu da vida”, falou a irmã no áudio.

Ligação com Bolsonaro

Adriano era apontado pela polícia como chefe da milícia de Rio das Pedras e da Muzema, na zona oeste do Rio. Ele tinha relação antiga com a família Bolsonaro: o ex-PM era amigo de Fabrício Queiroz, e chegou a ser homenageado por Flávio com a Medalha Tiradentes na Alerj, em 2003.

A mãe e a ex-mulher de Adriano, Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa, respectivamente, chegaram a trabalhar no gabinete de Flávio na Assembleia.

 

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