Bolsonaro: Forças Armadas “não dão recado” e sabem como proceder

Em cerimônia militar em Brasília, o presidente defendeu a atuação dos militares em “todos os momentos difíceis” pelos quais o país passou

atualizado 19/04/2022 17:41

Bolsonaro olha emocionado para frente, sentado próximo a vários militares e leva a mão a boca na cerimônia militar em comemoração ao Dia do Exército, marcando os 374 anos da instituição - Metrópoles Gustavo Moreno/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, nesta terça-feira (19/4), a atuação das Forças Armadas e disse que elas “não dão recado” e “sabem como proceder”. Em discurso em solenidade alusiva ao Dia do Exército, em Brasília (DF), o mandatário da República afirmou que os militares participaram em “todos os momentos difíceis” pelos quais o país passou.

Ele citou, por exemplo, a instauração do regime militar em 1964 e o processo de redemocratização iniciado em 1986.

“Quando se fala de Exército brasileiro, vem à nossa mente que em todos os momentos difíceis que a nossa nação atravessou, as Forças Armadas, o nosso Exército sempre esteve presente. Assim foi em 22, em 35, em 64 e em 86 com a transição onde participação ativa do então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, a transição foi feita com os militares, e não contra os militares”, afirmou Bolsonaro.

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“E também agora em 2016, em mais outro difícil momento da nossa nação, a participação do então comandante do Exército, Villas Bôas, marcou a nossa história”, prosseguiu. Villas Bôas, que comandou o Exército entre fevereiro de 2015 e janeiro de 2019, estava presente na cerimônia.

Adiante no discurso, o presidente afirmou:

“As Forças Armadas não dão recado, elas estão presentes, elas sabem como proceder, sabem o que é melhor para seu povo, o que é melhor para o seu país. Elas tem participação ativa na lei e na ordem, da nossa soberania e do regime no qual o povo quer viver. E nós sabemos que esse regime, acima de tudo, está a nossa liberdade”.

Áudios do STM

As declarações de Bolsonaro vêm dias depois da revelação, pela colunista Miriam Leitão, de áudios nos quais ministros do Superior Tribunal Militar (STM) debocham da prática de tortura na ditadura militar. O presidente da República ainda não se manifestou sobre o assunto.

Questionado sobre o assunto na segunda-feira (18/4), o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) riu e disse que o caso não precisaria de investigação, pois os atores já haviam morrido.

“Vai apurar o quê? Os caras já morreram. Vai trazer os caras do túmulo de volta?”, disse. “Isso é história, já passou. Mesma coisa que a gente voltar na ditadura do Getúlio, né? São assuntos já escritos em livros e debatidos intensamente. É passado. Faz parte da história do país”, continuou.

Na ocasião, Mourão ainda defendeu que, ao relembrar o episódio que matou e sumiu com ao menos 500 pessoas entre 1964 e 1988, deve-se ouvir os “dois lados”.

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