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Bolsonaro é aconselhado a manter comando da Advocacia-Geral da União

Grace Mendonça tem apoio de militares e aliados do presidente eleito. Posto é estratégico para enfrentamento político do governo

atualizado

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Beto Barata/PR
Grace Mendonça
1 de 1 Grace Mendonça - Foto: Beto Barata/PR

A advogada-geral da União, Grace Mendonça, é considerada um nome forte para permanecer no posto que ocupa atualmente e estar à frente da defesa do governo Jair Bolsonaro, segundo aliados e auxiliares diretos do presidente eleito. A manutenção no cargo, porém, contrariaria a disposição de Bolsonaro em renovar totalmente a Esplanada dos Ministérios.

A equipe de transição de governo já recebeu alertas sobre o enfrentamento político que a nova gestão precisará encarar. As contestações à indicação do juiz federal Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, sobretudo por parte do PT, serviram como um indicativo da batalha jurídica que se avizinha.

Desde o fim do governo Dilma Rousseff, o vai e vem de decisões liminares envolvendo nomeações de ministros, nos últimos tempos, ainda assombra a memória do Palácio do Planalto. A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) é determinante em situações como essa.

Além de ter um perfil técnico e ser servidora de carreira, Grace Mendonça mantém trânsito fácil e boa interlocução nos tribunais superiores, critérios considerados fundamentais para o comando da AGU.

A advogada-geral da União desfruta ainda de prestígio entre políticos próximos a Bolsonaro, como a recém-indicada ministra da Agricultura e uma das lideranças da bancada ruralista no Congresso, Tereza Cristina. Grace Mendonça também conta com o apoio da atual cúpula das Forças Armadas.

Outro termômetro considerado pela equipe de transição para analisar o futuro da AGU envolve a relação do Palácio do Planalto com o Judiciário. Bolsonaro tem evitado se indispor com os magistrados em meio aos embates a partir da aprovação pelo Congresso Nacional do aumento da remuneração de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do procurador-geral da República.

O presidente eleito também tem procurado demonstrar boa vontade com a cúpula do Judiciário. Ao iniciar a série de reuniões com os presidentes de tribunais superiores durante as últimas passagens por Brasília, Bolsonaro chegou a afirmar que consultaria o presidente do STF, ministros Dias Toffoli, antes de tomar decisões de governo.

Em outra frente, o Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal tenta emplacar um novo nome para o posto de comando da AGU.

Uma lista tríplice com sugestões de nomes – resultante de processo eleitoral interno das carreiras de procurador da Fazenda Nacional, advogado da União e procurador federal – foi enviada nesta semana à equipe de transição de governo. A nomeação para o comando da AGU, entretanto, é atribuição exclusiva do presidente da República.

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