Bolsonaro diz que não tem “nada a ver” com crime em Foz do Iguaçu

Marcelo Arruda foi assassinado em sua própria festa de aniversário, no sábado, que tinha como tema o PT. Acusado gritou: "Aqui é Bolsonaro"

atualizado 11/07/2022 12:38

O presidente Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores e fala com a imprensa na saída do Palácio da Alvorada Andre Borges/Esp. Metrópoles

Durante uma conversa com jornalistas, na manhã desta segunda-feira (11/7), o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que não tem “nada” a ver com o assassinato de Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, no último sábado (9/11). Segundo testemunhas que estavam na festa com temática de Partido dos Trabalhadores (PT), o acusado teria invadido o anivesário aos gritos de “Aqui é Bolsonaro”.

“Quando o Adélio me esfaqueou, ninguém falou que ele era afiliado ao PSol. O que eu eu tenho a ver com a com esse episódio de Foz do Iguaçu? Nada! Somos contra qualquer ato de violência. Eu já sofri disso na pele. A gente espera que não aconteça, obviamente. Espero que não aconteça! […] Agora, o histórico de violência, não é do meu lado. É do lado de lá”, sugeriu o mandatário.

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“Fuzilar a petralhada”

Questionado sobre falas de 2018, nas quais defendeu “fuzilar a petralhada”, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que, na época, proferiu as falas no sentido figurado.

“Sabe o que é sentido figurado? Você estudou português na sua faculdade ou não?”, perguntou Bolsonaro à jornalista que o questionou. “Olha, o Lula defende ladrões de celular, que é para tomar uma cervejinha. Aí tá claro que ele está estimulando roubo de celular”, disse o chefe do Executivo.

A fala de Bolsonaro faz referência a um vídeo que circulou nas redes sociais, no qual o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que celulares são roubados “para ganhar um dinheirinho” e depois ir para “o bar tomar cerveja”. Várias agências de verificação de fatos, no entanto, já esclareceram que o vídeo foi editado a fim de demonstrar, erroneamente, que as duas frases tinham relação.

A frase dita pelo presidente Jair Bolsonaro em 2018 veio à tona depois que, na noite de sábado (9/7), o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu uma festa de anivesário em Foz de Iguaçu, supostamente, proferindo palavras de apoio ao mandatário.

“Aqui é Bolsonaro” e “Mito” foram palavras ditas pelo homem, segundo testemunhas.

Entenda

O guarda municipal Marcelo Arruda, candidato a vice-prefeito nas últimas eleições, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, ocorrida na noite de sábado (9/7), em Foz do Iguaçu (PR). A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Inicialmente, a Polícia Civil informou que o atirador, o policial penal Jorge José da Rocha Guaranho, tinha morrido após Marcelo revidar. Contudo, às 16h40, em coletiva de imprensa, a delegada Iane Cardoso informou que a polícia errou: o agressor estava vivo e foi levado ao hospital. Até a última atualização desta reportagem, ele seguia internado.

Segundo relatos, por volta das 23h, Jorge Guaranho, que se declara apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiu a festa e atirou em Marcelo, que revidou. A confraternização era promovida na Associação Recreativa Esportiva Segurança Física Itaipu (Aresfi). A festa tinha poucos convidados — cerca de 40 pessoas.

Relatos ainda apontam que o policial penal entrou na festa gritando o nome de Bolsonaro e “mito”. Houve uma rápida discussão, e o homem chegou a sacar a arma e ameaçou a todos. Logo depois, ele saiu, dizendo que voltaria para matar todo mundo”. Minutos depois, o agente penitenciário chegou atirando no guarda municipal.

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