Bolsonaro diz que Alexandre de Moraes “quer censurar mídias sociais”
O mandatário disse que o juiz do STF patrocina inquéritos sobre disparos em massa apenas para atingir o governo
atualizado

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em entrevista ao Balanço Geral de Maringá (PR), que existe uma perseguição a ele por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O mandatário afirmou que o magistrado patrocina inquéritos sobre disparos em massa apenas para atingir o governo.
“Têm inquéritos lá no Supremo, patrocinados pelo senhor Alexandre de Moraes. Ele vive me acusando de disparo em massa. Quem dispara em massa para mim são as pessoas pelo Brasil, chamadas ‘tias e tios do zap’. Essas pessoas que fazem esse trabalho”, disse Bolsonaro.
Em fevereiro do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgou improcedentes duas ações para cassar a chapa Bolsonaro/Mourão pela prática de abuso do poder econômico por suposto disparo em massa de mensagens pelo WhatsApp promovendo Bolsonaro e Mourão e atacando os adversários. A legislação eleitoral proíbe a prática de disparo de mensagens.

Daniel Ferreira/Metrópoles

A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiro Getty Images

No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo Reprodução

O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STF HUGO BARRETO/ Metrópoles

“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidão Fábio Vieira

Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidente Aline Massuca

Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados Daniel Ferreira/Metrópoles

O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aids Micheal Melo/ Metrópoles

O inquérito motivou o início de mais um round entre os dois Marcelo Camargo/ Metrópoles

“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidente Rafaela Felicciano/Metrópoles
Alguns meses depois, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal colhesse depoimentos de representantes das empresas acusadas de realizar esses supostos disparos em massa de mensagens durante as eleições de 2018. A decisão ocorreu no âmbito do inquérito que investiga fake news e ataques contra a Corte e os magistrados.
“Não existe disparo em massa. Querem arranjar uma maneira de atingir o governo. O senhor Alexandre de Moraes quer censurar as mídas sociais, isso não pode acontecer, porque é a nossa liberdade de imprensa. A mídia tradicional nada fala a respeito disso aí”, reclamou o chefe do Executivo.
Moraes também foi protagonista em outras ações que investigaram aliados do presidente, o que deixou Bolsonaro ainda mais incomodado. Em março, por exemplo, o magistrado determinou o bloqueio do Telegram no Brasil. Defendida pelo presidente Bolsonaro, o Telegram é uma das redes sociais onde ele também tem mais seguidores.
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