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Bolsonaro critica lei contra racismo e defende triagem para imigrantes

Pré-candidato à Presidência da República, deputado elogiou Trump e ainda atacou Lei da Palmada durante entrevista ao pastor Fadi Faraj

atualizado

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Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados
Jair Bolsonaro na Sessão para votar o pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas
1 de 1 Jair Bolsonaro na Sessão para votar o pedido de cassação do mandato do deputado André Vargas - Foto: Gabriela Korossy/ Câmara dos Deputados

O pré-candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSC-RJ) falou para uma multidão de fiéis da Igreja Ministério da Fé, na tarde desta quarta-feira (8/11). O apóstolo Fadi Faraj, que comanda a comunidade evangélica, o entrevistou em uma live no Facebook. Por uma hora, Bolsonaro defendeu os direitos da família; controle rígido para imigração no Brasil; o retorno dos valores morais para as escolas, como a comemoração do Dia das Mães e Dia dos Pais; o encolhimento da máquina do Estado; e o empoderamento da igreja.

Bolsonaro disse ser contra a Lei da Palmada, que proíbe o uso de castigos físicos ou tratamentos cruéis e degradantes contra crianças e adolescentes no Brasil. “Que moral tem o Estado para entrar na nossa casa para dizer como temos que educar nossos filhos?”, indagou.

Ele criticou ainda a instituição de leis contra o racismo e a homofobia. “Na minha época, a gente chamava os amigos de ‘negão’ na pelada (de futebol). Agora, posso ser processado. Deixa eu corrigir: é afrodescendente. Agora, alguém dizer que o problema do Brasil foi gerado por brancos dos olhos azuis, pode. Queria seguir a linha do Morgan Freeman, ator norte-americano. Segundo ele, a melhor maneira de combater o racismo é não falando sobre ele”, afirmou.

O deputado ressaltou a importância da igreja na sociedade e lembrou que não é evangélico. “O trabalho social da igreja é incalculável para a população. O desgaste da religiosidade é um dos instrumentos para a dominação absoluta”, disse.

 

Reprodução/Facebook
Fadi Faraj e Bolsonaro na Igreja Ministério da Fé, em Taguatinga

 

Trump
Bolsonaro voltou a elogiar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em outubro, durante viagem ao país, Jair Bolsonaro já havia afirmado que Trump “era um exemplo para ele”. Durante a entrevista ao apóstolo Fadi Faraj, na sede da Ministério da Fé em Taguatinga, voltou a fazer elogios.

O Brasil tem solução. Por isso, estou me propondo a ser uma opção para as eleições presidenciais. O país pode ter condições justas. Os EUA, por exemplo, estão melhor com o Trump agora. Se uma pessoa sai daqui, por exemplo, para trabalhar nos Estados Unidos vai ganhar quatro vezes mais para fazer a mesma coisa que faz aqui. Isso em um país com segurança, saúde, educação

Jair Bolsonaro


O parlamentar defendeu políticas semelhantes às de Trump para a imigração do Brasil. “O Brasil tem que ter regras. Não pode importar pessoas sem critério. O Brasil está cheio de venezuelanos, isso com o apoio desse sistema do Chaves, agora do Maduro. Tem que haver triagem”, disse. Segundo ele, o país pode receber pessoas de fora, mas não como tem sido feito. Qualquer um entra na sua casa? Não! Mas, no Brasil, é assim. Está havendo um problema de comunicação geral, desconstrução da educação, da cultura”, completou.

O pré-candidato e segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto ainda criticou os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff; se posicionou contra a reforma da Previdência da maneira como está o texto atual; e revelou ter votado a favor do impeachment de Dilma. “A questão da corrupção foi importante, mas votei por não concordar com a ideologia do governo dela”, afirmou.  

Fadi Faraj
O Apóstolo Fadi Faraj, irmão da deputada Sandra Faraj, ambos do Solidariedade, conduziu a entrevista com Jair Bolsonaro. Faraj o colocou como candidato ideal e disse que melhorar o Brasil era uma questão de “engajamento”. Fadi Faraj é suplente do senador José Antônio Reguffe (sem partido).

Ele e a irmã foram alvos da Operação Heméra (deusa da mentira, segundo a mitologia grega), deflagrada em abril deste ano pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Eles são acusados de desvio de recursos públicos e cobrança de dízimo de servidores comissionados.

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