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Às vésperas da Copa América, CPI ouve Marcelo Queiroga novamente

Senadores querem saber sobre evento no Brasil, autonomia do ministro da Saúde e protocolo da Conitec em relação à cloroquina

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
ministro saude marcelo queiroga CPI da covid no senado federal 2
1 de 1 ministro saude marcelo queiroga CPI da covid no senado federal 2 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Às vésperas da Copa América 2021 no Brasil, a CPI da Covid ouve novamente, nesta terça-feira (8/6), o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. O evento esportivo começa no próximo domingo (13/6), em um momento no qual o país registra mais de 470 mil mortos pela Covid-19 e em que há sinalizações de agravamento da pandemia.

Após discurso considerado “evasivo” pelos senadores, Queiroga já havia sido reconvocado pela CPI quando a Conmebol anunciou o evento no Brasil. A confirmação do país como sede e o depoimento da infectologista Luana Araújo aceleraram a nova ida do ministro à comissão.

Os parlamentares esperam questionar Queiroga sobre os riscos que a Copa América poderá provocar neste momento da pandemia e os protocolos adotados.

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), chamou o ministro da Saúde, que esteve ao lado do presidente Jair Bolsonaro no anúncio de confirmação do evento, de “omisso”. O emedebista também enviou carta à Seleção Brasileira de Futebol com conteúdo contrário à realização do evento.

A suposta falta de autonomia do ministro também será alvo de questionamentos, visto que Luana Araújo, indicada por Queiroga para assumir a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, foi dispensada pelo Palácio do Planalto antes mesmo de ser efetivamente nomeada. A infectologista disse que não recebeu qualquer justificativa.

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“Queremos saber se ele foi consultado ou não [sobre a realização do evento no Brasil], e, se foi, o que disse. Queremos saber sobre o protocolo ou se nem tem”, antecipa o senador Humberto Costa (PT-PE).

“A gente vai cobrar dele, principalmente, o compromisso que ele assumiu diante do Senado: pediu voto de confiança e disse que tinha autonomia para equipe dele, com pessoas técnicas de alto nível, mas não conseguiu nomear nem a primeira”, acrescenta o petista.

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), afirma que quer compreender essa autonomia que o ministro diz ter na pasta. “Essa autonomia foi provada que não tem quando ele não conseguiu nomear a doutora Luana”, disse. “Como ele mantém Mayra [secretária de Gestão do Trabalho e Educação] dentro do ministério, se discorda do encaminhamento da imunização de rebanho e tratamento precoce que ela defende?”, emendou.

Os senadores também querem saber as orientações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) em relação ao uso de medicamentos sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19, como a cloroquina. No primeiro depoimento à CPI, em 6 de maio, Queiroga disse que a comissão preparava um protocolo sobre o assunto – que ainda não foi divulgado.

Convocações

A realização da Copa América no Brasil também é o motivo da convocação do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, a prestar depoimento à CPI. Caboclo foi afastado, no último domingo (6/6), por 30 dias após denúncia de assédio sexual e moral.

O requerimento de convocação do dirigente deve ser aprovado nesta terça-feira.

De olho no “ministério paralelo” de aconselhamento ao presidente Jair Bolsonaro, os senadores devem aprovar convite ao deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que era considerado “padrinho” do grupo extraoficial de aconselhamento do mandatário da República durante a pandemia. Por ser parlamentar da Casa vizinha, ele não pode ser convocado.

A médica Ludmilla Hajjar, que recusou convite para assumir o Ministério da Saúde, também será convocada.

Depoimentos

A comissão ouvirá o ex-secretário executivo do Ministério da Saúde Élcio Franco, braço-direito do ex-ministro Eduardo Pazuello, na quarta-feira (9/6), e o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), na quinta-feira (10/6).

Para encerrar a semana, na sexta-feira (11/6), a CPI ouvirá o médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Claudio Maierovitch e a pesquisadora Natalia Pasternak, da Universidade de São Paulo (USP).

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