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Acareação não esclarece se houve participação de Temer em caixa 2

Marcelo Odebrecht e Cláudio Melo Filho mantiveram versões contraditórias sobre encontro com o presidente em 2014, durante jantar no Jaburu

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense  – Brasília – DF 16/12/2016
1 de 1 O presidente Michel Temer entregou condecorações a 11 colombianos que auxiliaram no resgate às vítimas do voo da Chapecoense – Brasília – DF 16/12/2016 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

A acareação entre Marcelo Odebrecht, herdeiro do grupo e ex-presidente da empreiteira, e Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente da empresa, manteve as dúvidas quanto a uma eventual participação do presidente Michel Temer (PMDB) em uma reunião para discutir o repasse de R$ 10 milhões pela empreiteira à campanha do partido em 2014.

Marcelo reafirmou que Temer não estava à mesa, no jantar no Palácio do Jaburu, quando mencionou que a empreiteira repassaria a quantia ao PMDB para as eleições daquele ano. Já Cláudio Melo Filho repetiu sua versão de que Temer estava sim presente nesta parte da conversa.

Os dois fizeram acareação nesta sexta (10/3) por video-conferência no processo de cassação da chapa Dilma Rousseff/Michel Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O relator do processo, ministro Herman Benjamin,  decidiu não insistir na contradição porque avaliou que os recursos seriam destinados a campanhas do PMDB, sem relação com a chapa presidencial.

Se as dúvidas quanto à participação de Temer se mantêm, o mesmo não se pode dizer sobre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB). Também em depoimento nesta sexta, o ex-executivo da Odebrecht José de Carvalho Filho afirmou que o peemedebista intermediou o pagamento de caixa 2 para o partido.

O ministro teria acertado locais de entrega do dinheiro da empreiteira mediante senhas. O valor destinado ao PMDB chegou a R$ 5 milhões, dos quais R$ 500 mil teriam sido destinados ao então deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

De acordo com o que foi relatado à reportagem, teria sido Padilha quem forneceu os endereços para a entrega de dinheiro ao PMDB. Segundo José de Carvalho Filho, um dos locais indicados foi o escritório de José Yunes, amigo e ex-assessor de Michel Temer.

Procurado, o ministro Eliseu Padilha informou que está em repouso por recomendação médica e não se manifestaria.

Kassab
Responsável por fazer repasses do “setor de propina” da Odebrecht, Fernando Migliaccio apresentou, também ao TSE, planilha em que constava citação ao ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, presidente licenciado do PSD, segundo relatos.

Migliaccio falou em R$ 5 milhões de repasse da empreiteira, mas não teria confirmado se o dinheiro foi diretamente para Kassab ou para o partido. A assessoria de Kassab não se manifestou. (Com informações dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo)

 

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