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“A decisão é do presidente Temer”, diz Bolsonaro sobre reajuste do STF

Capitão da reserva disse que não poderia intervir em decisão do Senado porque ainda não é presidente: “Tentam colocar na minha conta”

atualizado

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
Temer está disposto a colaborar conosco no que for possível, diz Bolsonaro
1 de 1 Temer está disposto a colaborar conosco no que for possível, diz Bolsonaro - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

Em live transmitida pelo Facebook nesta sexta-feira (9/11), o presidente eleito, Jair Bolsonaro, jogou para o presidente Michel Temer a responsabilidade de vetar o reajuste salarial de 16,38% para o Judiciário. Ao lembrar que considera inoportuno esse aumento no atual momento do país, o capitão da reserva ressaltou que não teria poderes para intervir. “Estão tentando colocar na minha conta o reajuste do Judiciário. Mas não sou presidente ainda. A decisão não é minha. É do presidente Temer, se vai sancionar ou vetar”, reagiu.

Segundo Bolsonaro, a intenção daqueles que querem colocar sob sua responsabilidade o reajuste é fazê-lo iniciar o governo “com problemas junto a algumas instituições.” “Se eu fosse o presidente, tomaria a decisão. Mas não sou. A decisão agora está nas mãos do senhor Michel Temer, como estava nas mãos do senhor Eunício Oliveira [presidente do Congresso] a votação desse projeto”, destacou.

Viagem a Brasília
O presidente eleito também usou a live para fazer um compilado de sua viagem a Brasília nesta semana. E citou as “visitas protocolares”: ao Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, aos três comandantes militares, ao presidente Michel Temer e ao Ministério da Defesa.

Ele adiantou que, na próxima semana, retorna à capital federal, quando reservará um dia para outras visitas, umas delas ao Banco do Brasil. “Estamos fazendo a transição”, reiterou.

Bolsonaro destacou vários pontos que marcaram sua primeira passagem por Brasília depois de eleito presidente da República. Confira alguns deles:

Sérgio Moro vai “pescar de arrastão”
“Não tive como dizer não: Moro quer carta branca para combater a corrupção e o crime organizado. Ele quer que a Polícia Federal esteja sob seu guarda-chuva. Por isso trouxe o Ministério da segurança para dentro da Justiça. Ele vai ter toda a liberdade. Hoje prederam um montão de gente roubando merenda de criancinhas. Sérgio Moro vai pegar vocês. Abra teu olho. Antes ele pescava com varinha, agora vai pescar com rede de arrastão de 500 metros”.

Mercado reage bem
“Vem reagindo favoravelmente após a eleição. Vários empresários estão anunciando investimentos no Brasil. Muitos falaram para mim que iriam rever seus planos estratégicos de investimentos no país, porque no plano de governo do PT havia coisas absurdas, que não estavam de acordo com o livre mercado, com a liberdade de imprensa, com a liberdade do seu povo, inclusive falando muito de estatização. Agora as coisas estão fluindo naturalmente”.

Reforma da Previdência não pode quebrar o trabalhador
“O jornal O Globo de hoje bota na minha conta a possibilidade de passar de 11% para 22% a contribuição previdenciária. Isso é um absurdo. Não podemos falar de salvar o Brasil quebrando o trabalhador. O que recebi em Brasília foram projetos para estudar o que se pode aproveitar ali para o ano que vem. Pelo que eu estou vendo, pouca coisa pode ser aproveitada. Nós queremos a reforma da Previdência, mas não podemos começar com a previdência do trabalhador que desconta os 11% do INSS. Tem coisa errada? Tem. Mas a previdência pública é a mais deficitária”.

Paulo Guedes quer abrir o mercado
“Tem carta branca. Esta juntando o Ministério da Economia com o Planejamento e a Indústria e Comércio. Ele tem dito, e é bem claro nisso, que quer abrir o mercado. Mas para isso tem que diminuir os impostos, senão a gente quebra o empresário brasileiro. Paulo Guedes uma pessoa em quem eu confio e, pelo que eu tenho visto, o mercado, os empresários, todos confiam nele. Nós precisamos de uma equipe para salvar o Brasil”.

Ministro da Educação tem que ter autoridade
“Estamos em vias de apresentar o nosso futuro ministro do Meio Ambiente, o da Saúde, o das Relações Exteriores e o da Educação, que é um ministério complicado. Esse Enem? Dizem que estou implicando, mas aquela questão com a forma de falar daquelas pessoas? O que que a gente tem a ver com isso? Vai obrigar a molecada a se interessar por isso agora? Quem ensina sexo é papai e mamãe e ponto final. Pode ter certeza e ficar tranquilo: no ano que vem não vai ter questão como essa no Enem. Nós vamos tomar conhecimento da prova antes.Precisamos de um ministro com autoridade que entenda que somos um país conservador. E um recado para os ambientalistas: quem vai indicar o ministro é o senhor Jair Messias Bolsonaro. Estão contentes? E eu quero vocês trabalhando”.

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