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Vitimização pode inflar campanha de Bolsonaro, dizem especialistas

Cientistas políticos acreditam que episódio pode alterar o tom das críticas entre os candidatos e alterar cenário eleitoral

atualizado

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ataque Bolsonaro
1 de 1 ataque Bolsonaro - Foto: Reprodução

Especialistas em Ciência Política avaliam que o cenário eleitoral brasileiro será completamente alterado após o ataque sofrido por Jair Bolsonaro na quinta-feira (6/9) em ato de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG). O tom de comoção e vitimização podem mudar a agenda e o discursos dos candidatos ao Palácio do Planalto.

O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Everaldo Moraes diz que as críticas devem ser reavaliadas. “Todos os candidatos devem estar reunidos agora com seus assessores pensando na estratégia eleitoral. Alguns terão que mudar o tom das críticas ou mesmo o alvo de seus ataques”, acredita. Para Moraes, no entanto, é difícil antecipar como o eleitorado vai se posicionar diante da comoção gerada pelo atentado ao líder das pesquisas. “Nesse momento, as dúvidas e incertezas são muitas e antecipar qualquer coisa do ponto de vista politico-eleitoral é puro exercício de futurologia”, acrescenta.

Mestre em administração pela UnB, especialista em política e diretor da Strattegia Consultoria, Alexandre Bandeira é mais assertivo sobre o episódio. Ele aposta numa ampliação de votos para o militar da reserva após o episódio. “A partir de agora ele vai ter uma superexposição nas mídias tradicionais e deve ampliar os votos”, avalia.

Vitimização
Ainda segundo Bandeira, a rejeição a Bolsonaro tende a diminuir pelo tom de vitimização que pode ser dado pelo ocorrido. “Pode cair por conta de um processo de vitimização do candidato. Ele [Bolsonaro] vai se tornar um pouco mais humano diante do eleitor. Aquela figura mais ríspida, na bala e aguerrida deve trazer um candidato mais paz e amor para dentro da campanha”, pontua.

Ainda para Bandeira, politicamente falando, Bolsonaro tende a ganhar muito com o atentado. “É a lei do menor esforço com maior rentabilidade. Ele está em São Paulo, sujeito a uma exposição de mídia muito maior, na maior cidade do país, com exposição maior de campanha, mais veículos de imprensa”, acrescenta.

Para José Álvaro Moisés, cientista político da USP, o posto de vítima, um dia atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, será vinculado ao presidenciável do PSL. “Esse fato lamentável pode transformá-lo na segunda vítima dessa campanha, confundindo ainda mais o eleitorado e resultando em um impacto no resultado da eleição. As chances dele podem aumentar”, disse.

Já  Marco Antonio Teixeira, professor de ciência política da FGV-SP, pede uma contemplação no país. Principalmente, aos postulantes ao Palácio do Planalto. “Todos nós devemos refletir sobre esse lamentável episódio, e os candidatos devem cessar as agressões entre eles”, afirmou o analista

Professor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Universidade Presbiteriana Mackenzie, Rodrigo Prando acredita que Bolsonaro vai mudar seu discurso daqui para frente. “Ele buscará capitalizar esse ataque e firmar sua imagem de vítima. Não há como negar o que ocorreu. Mas só saberemos realmente o quanto ele ganhou em intenções de votos e o nível de sua rejeição quando novas rodadas de pesquisa eleitoral forem divulgadas.” (Com informações da Agência Estado)

O ataque
Líder das pesquisas de intenção de voto à Presidência da República, Jair Bolsonaro cumpria agenda em Juiz de Fora quando foi atacado. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o deputado federal sendo carregado por apoiadores após ser atingido na região do abdômen. Nas imagens (assista abaixo), Bolsonaro aparece com as mãos na barriga. O fato foi confirmado pelos filhos do parlamentar, na internet, e também pela polícia local.

Candidato a senador pelo Rio de Janeiro e filho do presidenciável, Flávio Bolsonaro comentou o episódio. “Jair sofreu um atentado agora em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. Graças a Deus, foi apenas superficial e ele passa bem. Peço que intensifiquem as orações por nós”, escreveu. Mais tarde, a família soube que, na verdade, a facada havia perfurado órgãos e rompido uma artéria.

No vídeo, é possível ver que o agressor é contido por populares logo depois de atingir o presidenciável. A Polícia Federal confirmou que deteve o homem e vai abrir inquérito para apurar as circunstâncias do fato. Em nota, a PF informou que o parlamentar contava com a escolta de policiais federais quando foi atacado. A Polícia Militar do estado de Minas Gerais, por sua vez, relatou que o agressor, Adélio Bispo de Oliveira, já tinha passagem por lesão corporal.

Em seus compromissos, Bolsonaro tem sido acompanhado por uma equipe da Polícia Federal. Por lei, candidatos à Presidência da República têm direito a serem escoltados durante o período eleitoral. Em agenda no interior de São Paulo, ele chegou a utilizar colete à prova de balas. No momento do ataque, ele não estava usando o item de proteção.

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