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Partidos abrem convenções com cenário indefinido

Presidenciáveis ainda negociam alianças e não definem nome de vice nas chapas a quatro dias do início das reuniões partidárias

atualizado

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A quatro dias do início das convenções partidárias que definirão os candidatos à Presidência da República nas eleições 2018, o cenário de indefinição persiste na grande maioria das pré-campanhas. Presidenciáveis ainda negociam alianças e nenhuma das candidaturas consideradas competitivas, segundo as mais recentes pesquisas de intenção de voto, conseguiu definir o candidato a vice na chapa.

A análise de políticos e cientistas políticos converge num ponto: vivemos uma eleição atípica, com um xadrez político bastante pulverizado – reflexo do desgaste dos principais partidos e da polarização PT-PSDB.

Outros elementos apontados são: a falta de poder de aglutinação do governo federal e a diminuição dos recursos para as campanhas com o fim do financiamento empresarial. Neste quadro, partidos e pré-candidatos têm deixado a definição das articulações para a última hora.

Momento importante do calendário eleitoral, as convenções são reuniões de filiados e delegados das siglas para a oficialização das candidaturas e das alianças partidárias.

O PDT será a primeira legenda grande ou média a realizar convenção, na sexta-feira (20/7), quando anunciará a candidatura de Ciro Gomes. O ex-ministro e ex-governador do Ceará negocia um arco de alianças que vai do PCdoB ao DEM (incluindo agremiações do chamado Centrão, como PP e Solidariedade). Não deve ser anunciado, porém, nenhum acordo partidário nem o companheiro de chapa de Ciro.

“No dia 20, vamos fazer nossa convenção e anunciar a candidatura do Ciro. Se tiver novidade até lá, ótimo. Se não, delegaremos à executiva os poderes para definir (coligações e o cargo de vice)”, disse o presidente do PDT, Carlos Lupi.

O complexo cenário eleitoral fez com que, além de Ciro, outras pré-candidaturas mais bem posicionadas nas pesquisas em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – Jair Bolsonaro (PSL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB) e Álvaro Dias (Podemos) – ainda não tenham fechado acordos para postulantes a vice. O PT insiste em Lula, condenado e preso na Lava Jato, embora o ex-presidente esteja potencialmente enquadrado na Lei da Ficha Limpa. O partido deverá protelar ao máximo o anúncio de eventual “plano B”.

A maior parte das siglas (PSDB, Rede, MDB, Podemos e Novo) deixou as convenções para 4 de agosto, véspera do prazo final. O PSB fará a reunião na data-limite: 5 de agosto.

A mais recente pesquisa Ibope mostrou que a “taxa de alienação”, considerada a soma de abstenções com votos em branco e nulos, alcançou 41%. Essa indefinição é inédita a cem dias das eleições desde a redemocratização. Para especialistas, o fenômeno influencia a escolha do vice, pois ainda não há uma definição clara entre os políticos do perfil procurado pelo eleitorado.

Incertezas
“A questão do vice está muito ligada ao tempo de TV e à aliança nos Estados. Desta vez, além disso, temos um eleitorado tendendo aos extremos. Os candidatos estão procurando vices que, ademais aos benefícios de tempo de TV, agreguem algo à preferência do eleitor. Agora, incertezas geram incertezas”, disse o cientista político da PUC Minas Malcon Camargo.

Para Carlos Melo, do Insper, os “partidos estão em compasso de espera”. “Vivemos um momento atípico. Uma crise complicada, com os principais partidos em um momento de muito desgaste. O governo federal não tem poder de aglutinação. Não estamos divididos entre situação e oposição, pois o governo é fraco e desgastado. E deixa a oposição um pouco perdida”, disse. “Ainda tem o caso do Lula, que provavelmente não será candidato, mas está na narrativa do PT. Isso causa uma indefinição muito grande.”

Nesse aspecto, há negociações abrangendo espectros políticos bem diferentes. O PR articula aliança em conjunto com o Centrão ou pode fazer dobradinha com o PT ou o PSL de Bolsonaro. Por enquanto, o PSOL, com convenção marcada para sábado (21), é o único com chapa definida para o Planalto: Guilherme Boulos e a indígena Sônia Guajajara. O PCdoB vai decidir entre os dias 21 e 23 a estratégia. Estão na mesa três propostas: a manutenção da candidatura de Manuela d’Ávila, apoio ao nome do PT ou aliança com Ciro.

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