metropoles.com

Presidência da Câmara: rixas internas desidratam bloco de esquerda

PSB insiste em atrair partidos de centro, como PP e MDB, posição rechaçada pelo PSol. Rejeitado pelo PDT, PT ainda tenta acordo

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
PT02-11
1 de 1 PT02-11 - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A formação de um bloco de esquerda posicionado contra a candidatura à reeleição do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), enfrenta um impasse. Posições divergentes entre PSB, PT e PSol desidrataram a articulação que tentava forçar a realização de um segundo turno no pleito que será realizado na próxima sexta-feira (1º/2).

De um lado, o PSol, com 10 deputados, rejeita qualquer acordo para a inclusão de partidos como  MDB e PP no bloco. Do outro, o PSB, com 32 parlamentares, recusa-se a fazer parte de uma aliança restrita à esquerda e defende uma frente mais ampla, incluindo as legendas consideradas de centro, como PP e MDB. O PT, por sua vez, sofre a rejeição do PDT, que tenta isolar a sigla do ex-presidente Lula.

Durante toda a semana, deputados dos três partidos se reuniram (foto em destaque) sem conseguir superar esse ponto, que persiste desde o início das tratativas. Parlamentares do PSB chegaram a dizer, em caráter reservado, que sem o centro não haverá bloco.

Para o PSol, é impossível a união com o PP e com o partido do ex-presidente Michel Temer. “Na esquerda, as coisas são mais difíceis”, ponderou o presidente do partido, Juliano Medeiros.

“Não temos como nos aliar a partidos que amanhã estarão na base de Bolsonaro e nós não temos nenhuma confiança nesses partidos”, acrescentou o dirigente do PSol.

Estão em jogo os lugares da próxima Mesa Diretora da Câmara. Os partidos que não apoiarem a candidatura vencedora ficarão de fora dos principais cargos da Casa.

O PSol acredita que, juntando seus 10 integrantes, mais PSB, PT e uma deputada da Rede, será possível reunir força suficiente para levar o bloco ao segundo turno. O PSB é cético em relação a isso. Nova tentativa de acordo ocorrerá na segunda-feira (28/1), em uma nova reunião, com a presença da Rede.

PT e PSB trabalham no convencimento em torno de nomes já colocados, como os de Artur Lira (PP), Fábio Ramalho (MDB), João Henrique Caldas (PSB) e Marcelo Freixo (PSol). Ainda concorrem contra Rodrigo Maia os deputados Alceu Moreira (MDB) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).

Divididos
Apesar de o PCdoB ter declarado estar com o atual presidente da Câmara, em um movimento liderado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) com apoio da presidente do partido, Luciana Santos (PE), há resistência interna encabeçada pelas deputadas Jandira Feghali (RJ) e Alice Portugal (BA). Nos próximos dias 30 e 31, véspera da eleição, haverá, em Brasília, a reunião do Comitê Central do PCdoB para bater sobre o assunto.

Enquanto as conversas não avançam entre essas siglas, o PT tenta articular paralelamente o apoio do PCdoB e do PDT. Como discurso, eles apostam na divisão interna do grupo de Maia como trunfo para arregimentar apoiadores. O PDT, no entanto, que articula um bloco de oposição ao presidente Jair Bolsonaro que não seja capitaneada pelo partido de Lula, resiste.

Aglutinações
Enquanto os opositores a Maia lutam para conseguir um consenso, o presidente da Câmara avança em acordos para sua eleição. Ele já tem a adesão de pelo menos 13 legendas, incluindo o PSL, partido do presidente Bolsonaro, que desistiu da candidatura do deputado João Campos (GO), importante liderança da bancada evangélica na Câmara.

Outras desistências serviram para turbinar a candidatura de Maia. O deputado Capitão Augusto (PR-SP), coordenador da Frente Parlamentar da Segurança Pública, também conhecida como a bancada da bala, saiu da disputa. Com a desistência, o PR lançou formalmente o apoio a Maia.

O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) também desistiu da candidatura. Embora seja do partido de Maia, o deputado, que cumprirá o primeiro mandato neste ano, decidiu apoiar outro estreante: Marcel Van Hattem (Novo-RS). “Não teria motivo para a gente manter a candidatura separada pensando da mesma maneira”, disse, em coletiva de imprensa.

Compartilhar notícia

Todos os direitos reservados

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?