Inspiração de Lula será “bíblia” da gestão Haddad, diz presidenciável
Segundo candidato petista, sigla detalhou suas propostas tendo o ex-presidente por inspiração
atualizado
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O candidato petista ao Palácio do Planalto, Fernando Haddad, evitou falar sobre qual seria o papel do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu governo, caso eleito. Ao comentar o assunto, o agora presidenciável do PT apontou o detalhado plano de governo lançado pelo partido como “bíblia” a ser seguida em sua gestão.
Segundo o candidato, o plano tem toda inspiração do principal líder do partido e não deixa dúvidas sobre o que a candidatura petista propõe para o país.
Preso desde o dia 7 de abril na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba (PR), Lula foi impedido pela Justiça Eleitoral de concorrer às eleições. Diante disso, o PT o substituiu como cabeça de chapa por Haddad, tendo como vice a ex-deputada federal Manuela D’Ávila.
“Nós tivemos muito cuidado, em função das circunstâncias, de fazer um programa de governo muito pormenorizado”, explicou o ex-prefeito paulista.
“Nosso plano tem o Lula como principal liderança e principal inspiração. Quem quiser saber como será o próximo governo do PT tem no nosso programa de governo todas as nossas propostas. Nossa bíblia a partir de primeiro de janeiro é o nosso plano de governo”, disse Haddad.
As declarações ocorreram em entrevista coletiva, em São Paulo, antes da primeira agenda de Fernando Haddad como candidato a presidente: um encontro com estudantes beneficiados pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni), cartão de visita de Haddad como ministro da Educação dos governos de Lula e de Dilma Rousseff.
Haddad evitou comentar também sobre a estratégia de sua campanha para conseguir abarcar os votos de Lula. “É surpresa”, brincou. “Temos um programa de governo e é o que vou apresentar. Sempre fiz campanha com propostas para implementar”, disse.
Ensino Médio
O petista reforçou a intenção do PT em desenvolver ações com o objetivo de melhorar o desempenho dos estudantes do ensino médio, área que na avaliação de Haddad, deixou a desejar no Plano Nacional de Educação implementado nos governos petistas.
A ideia é ter as instituições de ensino federais com a tarefa de ajudar no desenvolvimento de escolas de ensino médio nos estados, que não tenham conseguido um desempenho de ensino satisfatório. “Nosso objetivo é promover o ensino médio, que é a etapa que menos desenvolveu”, explicou. “É preciso dar atenção ao que não conseguimos resolver”, afirmou.
Polícia
Haddad ainda comentou os problemas em relação ao sistema penitenciário brasileiro. Para ele, o país abusa de aprisionamento desnecessário e sem critérios. “Estamos prendendo muito e mal”, disse o petista. Ele voltou a defender a federalização de crimes envolvendo facções criminosas de alcance nacional e internacional.
Segundo o candidato, o projeto de seu governo é contratar e treinar um contingente da Polícia Federal específico para atuar na apuração de determinados crimes que poderão ser federalizados. Haddad, no entanto, não detalhou quais crimes passarão por esta análise.