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Haddad diz que entrará com ação contra WhatsApp nos Estados Unidos

Segundo o petista, a empresa está se recusando a fornecer os dados para investigações sobre fake news já instauradas no Brasil

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Deputados petistas e senadores recebem Fernando Haddad para reunião com as bancadas do PT no Senado Federal. Fotos da Coletiva de imprensa após a reunião. Fotos Igo Estrela/Metrópoles
1 de 1 Deputados petistas e senadores recebem Fernando Haddad para reunião com as bancadas do PT no Senado Federal. Fotos da Coletiva de imprensa após a reunião. Fotos Igo Estrela/Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O Partido dos Trabalhadores pretende entrar com uma ação contra o WhatsApp nos Estados Unidos. De acordo com o candidato do PT derrotado nas eleições presidenciais, Fernando Haddad, essa medida será avaliada na próxima semana, quando ele estará em Nova York para participar do lançamento da frente progressista internacional idealizada pelo senador norte-americano Bernie Sanders e pelo ex-ministro das Finanças da Grécia Yanis Varoufakis.

“Nesta minha viagem aos Estados Unidos, pretendemos explorar a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra o WhatsApp lá, contra a empresa, para que ela lá preste contas do que fez aqui, desconhecendo a jurisdição das autoridades brasileiras”, disse Haddad, após se reunir nesta quarta-feira (21/11) com a bancada do PT na Câmara e no Senado.

“Legitimidade” nos Estados Unidos
Segundo o petista, a empresa está se recusando a fornecer os dados para as investigações já instauradas. “O que queremos é que elas possam dizer a que se prestaram, com o intuito de que isso não se repita, nem aqui e nem em outro lugar do mundo. Acho que há interesse das forças democráticas em esclarecer isso”, afirmou Fernando Haddad.

De acordo com Haddad, ainda falta, para entrar com a ação, uma avaliação para saber se o PT tem “legitimidade de parte” nos Estados Unidos, ou seja, se o partido pode entrar com medida desse tipo no país. “É preciso saber se nós precisamos nos associar a alguém lá, se alguém precisa patrocinar a ação ou se o PT tem competência para entrar com a ação. Eu não tenho domínio da legislação norte-americana para saber se essa ação é possível a partir só da nossa iniciativa ou se precisa de uma articulação maior”, explicou.

O PT não descarta tentar convencer as frentes internacionais que estão se formando contra os governos de direita em todo mundo sobre a necessidade de combate às notícias falsas nas redes sociais. “Eu penso que é uma ação de caráter universal, tem relevância universal. Se nós conseguirmos entender o que se passou no Brasil e não pôde ser investigado aqui, isso pode ajudar o mundo a reencontrar o passo de uma democracia estável, que não esteja sujeita aos solavancos promovidos por ações orquestradas na rede social e patrocinadas por dinheiro que ninguém sabe a origem”, completou o petista.

Frente internacional
Na reunião desta quarta-feira (21/11), o PT ainda traçou uma estratégia de articulação internacional contra as “forças de direita”, que, de acordo com representantes do partido, ganharam poder em todo mundo. A intenção é também cacifar Fernando Haddad no cenário internacional e, ao mesmo tempo, construir sua liderança no partido, como opção para uma futura candidatura.

“Também faremos uma agenda internacional. Começo na semana que vem a viajar o mundo em busca de parcerias”, disse o petista em entrevista coletiva. Além da Internacional Progressista, Haddad buscará outras frentes de oposição a governos de direita em todo mundo.

“Farei contato com a centro-esquerda europeia, não falo só do Podemos, falo também da ‘Geringonça’ portuguesa, com setores progressistas da Itália, na França e na Alemanha, que estão preocupados com o crescimento do conservadorismo e com o corte de direitos sociais”, informou Haddad.

“Geringonça” é o apelido da frente de esquerda em Portugal liderada pelo primeiro-ministro do país, Antonio Costa. Haddad também falou de buscar contato com a frente de esquerda uruguaia e com antigas lideranças de esquerda no Chile. “Estou com radar ligado para mobilizar também as forças internacionais, uma vez que esta onda conservadora é de caráter internacional também.”

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