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General Heleno afirma que Brasil não vai interferir na Venezuela

Ministro do GSI se disse assustado com violência após um blindado avançar sobre manifestantes na capital Caracas, o que chamou de covardia

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
General Augusto Heleno cpi - Metrópoles
1 de 1 General Augusto Heleno cpi - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), general Augusto Heleno, afirmou que o Brasil manterá a posição de não interferir nos assuntos internos da Venezuela. Ele participou da reunião de emergência no Palácio do Planalto, convocada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), no início da tarde desta terça-feira (30/04/2019) para discutir o novo capítulo na crise do país vizinho.

Além de Heleno, participaram o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva.

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O ministro afirmou que o país tem tomado a posição correta em apoiar Guaidó, mas aguardará o desenvolvimento da crise com atenção. Segundo ele, o Brasil vai respeitar os assuntos internos da Venezuela.

“Não há nenhuma pretensão nossa de violar esse preceito constitucional de não interferir em assuntos internos de países amigos. Eles sabem que não vamos intervir militarmente”, afirmou.

Para o ministro do GSI, uma solução para a crise de poder no país vizinho ainda não está desenhada e não deve vir em um curto prazo. “Não preciso de avaliações secretas. A gente tá vendo aí que continuamos longe de uma solução”, apontou Heleno.

Ele se disse surpreso com a escalada da violência nos protestos desta terça-feira em Caracas. Para o ministro, protestos anteriores eram uma espécie de “briga de torcidas” entre apoiadores de Maduro e Guaidó. “Agora, nós tivemos um agravamento da situação porque lançaram blindados em cima da população a pé. Um ato de certa covardia, mas está dentro desse contexto de instabilidade”, avaliou.

Pedido de apoio
O general da reserva do Exército avaliou que o anúncio de Guaidó durante a manhã sobre ter militares venezuelanos ao lado dele foi uma maneira de buscar apoio dentro das tropas, mas considerou difícil analisar se o autoproclamado presidente se precipitou. “Se você entra numa partida e já diz que na sua torcida tem três caras e do adversário, você já entra perdendo. Então, é natural que ele fizesse uma autopropaganda para buscar apoio da população”.

Em nota, o Palácio do Planalto informou que “o Brasil acompanha com grande atenção a situação na Venezuela e reafirma o irrestrito apoio ao seu povo que luta bravamente por democracia”, e pediu apoio de outros países.

“Exortamos todos os países identificados com os ideais de liberdade para que se coloquem ao lado do [autodeclarado] presidente encarregado Juan Guaidó na busca de uma solução que ponha fim na ditadura de [Nicolás] Maduro, bem como restabeleça a normalidade institucional na Venezuela”, completa a nota assinada pelo porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.

A Venezuela vive momentos de tensão desde a manhã desta terça-feira após o líder oposicionista afirmar que os militares do país decidiram apoiar a causa contra o presidente Nicolás Maduro. “As Forças Armadas, claramente, estão ao lado do povo, ao lado da Constituição, ao lado da Venezuela”, afirmou Juan Guaidó, em conta oficial no Twitter.

Ele também convocou a população para sair às ruas e protestar pacificamente. A tensão, no entanto, tomou conta das ruas de Caracas. As tropas que se mantêm aliadas ao governo de Nicolás Maduro avançaram contra a população que se manifesta. Ainda não há informações sobre feridos ou mortos.

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