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Entenda a troca de farpas entre Olavo de Carvalho e deputados do PSL

A discussão foi motivada por viagem à China. O guru do Bolsonarismo classificou a excursão como “coisa de analfabeto”

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1 de 1 china2 - Foto: Reprodução/Facebook

A excursão à China de deputados e senadores eleitos pelo PSL e outros partidos aliados desencadeou uma intensa troca de farpas e explicações entre os futuros parlamentares e o conselheiro da base do governo, também chamado de Guru do Bolsonarismo, Olavo de Carvalho.

A convite da gigante de telecomunicações chinesa, Huawey, e da embaixada do país, 13 futuros parlamentares, sendo 12 do PSL, viajaram mais de 8 mil km para, entre outras atividades, conhecer um sistema de reconhecimento facial.

Pelas redes sociais, Carvalho disparou críticas em relação à viagem, chamando os excursionistas de “bando de caipiras” e “analfabetos”.

“Instalar esse sistema nos aeroportos é entregar ao governo chinês as informações sobre todo mundo que mora no Brasil”, disse. “Vocês estão fazendo uma loucura. Vocês estão entregando o Brasil para a China. Vocês são idiotas?”, questionou ele.

A partir daí, o que se seguiu nas redes, palco principal da discussão, foi uma enxurrada de opiniões favoráveis e contrárias aos excursionistas.

A deputada eleita Carla Zambelli (PSL-SP), que foi nominalmente atacada pelo escritor afirmando que ela “deve” muito a ele, fez lives do quarto do seu hotel. Em um dos vídeos, ela disse que não deve sua eleição ao professor.

Na sequência, ela procurou tranquilizar seus eleitores: “Não vim aqui para fazer besteiras”.

Na sequência, a deputada eleita lembrou que Olavo de Carvalho foi contrário ao impeachment de Dilma Rousseff e a criticou por lutar pela derrubada da ex-presidente. “Em 2015, o  senhor fez a mesma coisa comigo, só que não teve tanta repercussão porque eu não era tão famosa”, lembrou Zambelli.

Nesta sexta-feira (18/1), a deputada eleita postou um pedido para que parassem as críticas.

Mas a briga não ficou restrita a Zambelli e Olavo. A viagem foi organizada por Vinícius Aquino, assessor do deputado eleito Alexandre Frota (PSL-SP) que, por sua vez, saiu em defesa dos correligionários, desafiando o guru a chamar o ministro da Economia, Paulo Guedes, de “semianalfabeto”, como fez com os parlamentares.

“O Brasil tem a China como seu maior exportador, são 26% de exportação, fortuna imensa. Hoje aqui no Brasil Paulo Guedes me confirmou encontro com o embaixador da China na agenda oficial. Aos chiliquentos o Paulo também é analfabeto ? vcs vão interferir?vão pagar essa conta?”, desafiou o deputado eleito.

Reprodução/Twitter

Integrante dos quadros do DEM, o deputado eleito pelo DF Luis Miranda também entrou na confusão e tomou o lado da comitiva dizendo que os “caipiras e analfabetos” têm muito o que aprender na China.

“Entre mitos e verdades, gurus ideológicos dizem que combatem a ideologia, mas só ficam na teoria, já nós estamos preocupados com a economia!”, disse o futuro parlamentar.

Para o Metrópoles, Miranda explicou que a viagem busca aumentar as trocas comerciais entre os dois países. “Viemos para tentar aumentar as importações do Brasil e, consequentemente, gerar mais riquezas para o nosso país, e para não perder a viagem, conhecer os sistemas de tecnologia deles”, disse.

Bolsonaros
Apesar de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não ter tomado um partido na confusão, seus filhos e assessores próximos emitiram opiniões, mesmo que indiretas, respaldando o escritor Olavo de Carvalho.

O assessor internacional da presidência Felipe Martins foi um deles. Segundo o bolsonarista, empresas sem transparência não deveriam ter espaço no Brasil. Recentemente, a Huawei foi envolvida em uma polêmica pelo possível furto de dados dos seus usuários.

O endosso indireto ao escritor partiu dos filhos do presidente. Na tarde da última quinta-feira (18/1), quando a briga já estava rolando nas redes sociais, o vereador pelo Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC) fez uma defesa de Olavo, mas não citou a viagem.

No mesmo tom indireto de Carlos, o outro filho de Jair, Eduardo, também se manifestou de forma contrária a Huawei.

Viagem
Um total de 13 futuros parlamentares, a maior parte deles do PSL, de Jair Bolsonaro, embarcou nesta semana para viagem de intercâmbio comercial e cultural com a China. Além de Miranda e Carla Zambelli, também foram Daniel Silveira, Tio Trutis, Felício Laterça, Bibo Nunes, Charlles Evangelista, Marcelo Freitas e Sargento Gurgel, todos do PSL, e o deputado Alexandre Serfiotis (PSD). Cinco funcionários do governo envolvidos na formulação de políticas públicas também integram a comitiva.

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