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“Deus, lave a cabeça dessa imprensa fétida”, prega Bolsonaro

Presidente se negou a responder pergunta sobre denúncias de tortura em presídios sob intervenção federal no Pará

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Bolsonaro no Alvorada, 26/08
1 de 1 Bolsonaro no Alvorada, 26/08 - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

Depois de se irritar com a pergunta de um jornalista sobre denúncias de tortura em presídios no Pará, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) ficou em pé na lateral do carro oficial antes de deixar o Palácio da Alvorada, nesta terça-feira (08/10/2019), e discursou contra a imprensa.

“Meu Deus, eu não sou pastor, não. Meu Deus, salve, lave a cabeça dessa imprensa fétida que nós temos. Lave a cabeça deles. Que bote coisas boas dentro da cabeça. Que possam perguntar e ajudar a publicar matérias para salvar o nosso Brasil. Eles não viam problemas nos governos anteriores”, disse.

“O senhor não acha que a tortura é importante?”, perguntou, novamente, o mesmo repórter. Sem responder, o chefe do Executivo entrou no veículo e deixou o local.

Logo ao sair da residência oficial nesta manhã, em conversa com apoiadores, o mandatário da República fez comentários criticando os jornalistas. Na parte externa do palácio, os bolsonaristas ficam a poucos metros dos profissionais da imprensa, separados por grades baixas.

Nesse momento de interação, um homem que se identificou como pastor se dirigiu a Bolsonaro para fazer uma oração.

“Você vai falar para mim, para o Brasil ou para a imprensa?”, perguntou o presidente. “Fala bem alto, para todo mundo ouvir a sua mensagem, em especial a imprensa, que está do lado aqui”, destacou.

Durante a pregação, o homem atendeu ao pedido. “Pedimos ao senhor que haja unidade no nosso país, que todas as fronteiras, todas as barreiras sejam quebradas. Que toda a ideologia seja quebrada, meu Deus, em nome de Jesus abençoa a nossa imprensa, a mídia. Que eles sejam veículos da verdade”, declarou.

Bolsonaro respondeu a perguntas sobre as manchas de petróleo que atingem praias da Região Nordeste do país ao lado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. No entanto, ao ser questionado a repeito de denúncias de crimes de tortura em presídios no Pará, que está sob intervenção federal, encerrou a coletiva e se dirigiu ao veículo oficial.

Depois que o mandatário do país deixou o Alvorada, um segurança da Presidência da República precisou repreender um dos apoiadores que chamava jornalistas e cinegrafistas de “lixo”, entre outras ofensas. “Tem que respeitar”, advertiu.

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