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Coaf na Economia: Major Olímpio confirma articulação do governo

O anúncio foi feito no mesmo dia em que o Senado vota a reforma administrativa, prevista para a tarde desta terça-feira (28/05/2019)

atualizado

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Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados
1 de 1 - Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

Após encontro com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o líder do governo no Senado, Major Olímpio (PSL-SP), confirmou a orientação do Planalto em recuar com a tentativa de levar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) de volta ao Ministério da Justiça. O anúncio foi feito no mesmo dia em que o Senado vota a reforma administrativa, prevista para a tarde desta terça-feira (28/05/2019).

Segundo o líder, a decisão foi um pedido do próprio presidente, que reconhece a importância da Medida provisória 870, mas teme que os destaques possam atrasar a votação. “Ele teme que se nós tivermos alguma alteração, seja em relação à Funai seja em relação ao Coaf, principalmente, possa comprometer uma exiguidade de tempo para voltar à Câmara e ser reavaliada” explicou.

Da mesma forma, Major Olímpio comentou que o ministro da justiça, Sergio Moro, ligou para ele para agradecer a tentativa do governo de passar a responsabilidade do órgão à pasta, mas admitiu que os esforços poderiam prejudicar a estrutura do governo. “Ele pediu ponderação, como ente de governo, em reconhecer que é mais importante a nova estrutura administrativa do país”, pontuou. O líder do governo no Senado foi um dos principais nomes da articulação para devolver o conselho a Moro.

Além disso, segundo o líder, o ministro da Economia, Paulo Guedes, o procurou por telefone para colocar o Coaf à disposição da pasta da Justiça, para que ambas possam trabalhar de forma conjunta.

Caso a MP não seja aprovada até segunda feira (03/06/19), o governo deve voltar à estrutura antiga com 29 ministérios, antes das reformas de Bolsonaro.

Corrupção
Apesar do recuo, Major Olímpio acredita que o combate ao crime organizado e à corrupção seriam melhor investigados com o órgão sob responsabilidade de Moro. “Mas o ótimo é inimigo do bom”, disse, ao comentar o diferente posicionamento do parlamento na comissão mista e na Câmara dos Deputados.

Ele também criticou o tempo gasto com as medidas na Câmara, que atrasam as discussões no Senado. “A Casa tem que, em cima do laço, sempre dar uma carimbada sem uma avaliação maior das MPs. Essa é uma desconsideração da Câmara. Mas não podemos fazer nesse momento esse cavalo de batalha de quem está sendo desconsiderado ou não”, completou.

Sobre a liberação da bancada do PSL, Major Olímpio disse que vai liberar o voto, mas os quatro senadores do partido estão unidos e chegaram a uma mesma conclusão durante a votação.

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