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Bolsonaro sobre destino de Vélez no MEC: “Amanhã a gente resolve”

Presidente esteve em almoço para reencontrar colegas militares da turma de 1977 quando comentou situação do ministro da Educação

atualizado

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO
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1 de 1 bolsonaro - Foto: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), reforçou neste domingo (7/4) que a permanência ou não do ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, será decidida na segunda-feira (8). Durante um almoço no Lago Sul, o pesselista encontrou-se com colegas da turma de 1977 do Exército e comentou sobre a situação: “Amanhã a gente resolve”.

O presidente ficou na residência, localizada na QL 28, por mais de duas horas. A casa pertence a Ricardo Zelenovsky, um dos integrantes da turma. O compromisso não constou na agenda oficial. “Estava almoçando com a minha turma, de 77. Eu sou o mais novo deles. Todo mundo é general lá, eu sou capitão”, brincou.

Na saída, falou rapidamente com os jornalistas. Sobre o fato de servidores terem acessado dados dele e da primeira-dama Michelle, na base da Receita Federal, o presidente respondeu: “Já tem tempo que estão tentando fazer isso. Não sei qual é o intuito”.

Do churrasco, Bolsonaro retornou ao Palácio da Alvorada. Na chegada, parou o carro e falou com alguns turistas que o aguardavam. Pegou uma criança no colo. Provocado por um apoiador sobre o jogo entre São Paulo e Palmeiras, na semifinal do Paulistão, apostou: 2 x 0 para o Verdão, time pelo qual torce.

Pela manhã, o presidente usou o Twitter para comentar a pesquisa Datafolha. Ele printou um gráfico da pesquisa que mostrou a avaliação dos entrevistas sobre a inteligência dele. Bolsonaro postou um print com o dado e fez chacota: “Kkkkkkkk”.

 

Segundo a pesquisa, 69% dos brasileiros consideravam Lula muito inteligente no início de seu mandato, contra 24% que discordavam. Dilma era percebida positivamente por 85% da população, e 9% achavam o contrário.

Bolsonaro, por sua vez, é considerado capaz por 58% dos brasileiros, enquanto 39% da população o percebe como pouco inteligente.

Crise na educação
Na última sexta-feira (5), o titular do Palácio do Planalto declarou em café da manhã com jornalistas que Vélez “não está dando certo” e que poderia demiti-lo. “Está bastante claro que não está dando certo. Na segunda-feira, vamos tirar a aliança da mão direita, ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta”, disse.

Abalado por uma forte crise, o Ministério da Educação (MEC) vive momentos de instabilidade no comando. Para se ter dimensão dos conflitos, em 87 dias, o ministro demitiu 91 pessoas – em média, mais de uma dispensa por dia desde que Vélez assumiu o cargo. É o que revela levantamento realizado pelo Metrópoles, com base nas dispensas publicadas no Diário Oficial da União.

O compasso na pasta desandou por uma disputa de poder entre quatro alas distintas: militares, evangélicos, técnicos e aqueles que apoiam o escritor de ultradireita Olavo de Carvalho, influenciador da gestão e da família Bolsonaro. Com isso, postos importantes, como a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estão vagos. Os recuos, a exemplo da revogação da portaria que decidia não avaliar a alfabetização, acentuaram a crise.

Na última semana, cresceu a especulação de que, caso Vélez deixe o cargo, o ministério poderia ser ocupado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), vice-líder do governo no Senado Federal.

Militante da área educacional, o tucano teria credenciais para o cargo, uma vez que é considerado pelo Planalto conservador, é a favor do projeto Escola sem Partido e ainda agregaria votos do PSDB, sigla que ainda não declarou apoio à gestão de Bolsonaro.

Questionado sobre a possibilidade de ser demitido, Ricardo Vélez negou que vá entregar o cargo e disse que a única coisa “insustentável” é a morte. “Insustentável por quê? A única coisa insustentável é a morte”, declarou diante da insistência de jornalistas após o presidente, Jair Bolsonaro, indicar a demissão dele.

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