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Bolsonaro abre agenda para parlamentares e vai liberar emendas

Foco está nos prefeitos, que têm reclamado na necessidade de recursos para tocar obras em suas bases

atualizado

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Marcos Corrêa/PR
09/04/2019  Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil, João Amoêd
1 de 1 09/04/2019 Onyx Lorenzoni, Ministro da Casa Civil, João Amoêd - Foto: Marcos Corrêa/PR

Em mais um esforço para tentar aprovar a reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) avisou nesta quarta-feira (10/4) que vai reservar grande parte da sua agenda para receber parlamentares às terças, quartas e quintas-feiras, em seu gabinete, no Planalto, quando o Congresso está em pleno funcionamento.

Na busca de votos pela aprovação da reforma, o presidente já avisou também que quer apressar a liberação de pelo menos R$ 3 bilhões de emendas parlamentares individuais ainda neste semestre. Assim, ajudaria os prefeitos e os parlamentares, que têm reclamado na necessidade de recursos para tocar obras em suas bases.

Esse gesto se juntará à decisão de Bolsonaro de ampliar o convite a parlamentares para acompanhá-lo em viagens pelo país afora. Além disso, continuará a abrir espaço para receber os presidentes dos partidos, iniciada na semana passada e intensificada esta semana.

Bolsonaro resolveu fazer gestos até mesmo para a oposição, a quem já sinalizou que está disposto a conversar. O objetivo tentar assegurar os 308 votos mínimos para aprovar o texto nas comissões e na Câmara, o mais rápido possível, para a matéria seguir para o Senado.

A negociação de cargos nos estados também está em discussão. Nesta quinta (11), em outra iniciativa de boa vizinhança, Bolsonaro participará de um almoço no Rio de Janeiro, com chefes dos Poderes e o Conselho de Ministros Evangélicos, a convite do pastor Silas Malafaia.

Bolsonaro vai dar carona não só para o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Tofolli, como também para o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, (DEM-AP). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), está fora do país. Outros parlamentares também convidados para o almoço integrarão a comitiva. Alcolumbre vai também na sexta ao Amapá, seu estado, ao lado do presidente Bolsonaro e outros parlamentares amapaenses para a inauguração do aeroporto de Macapá.

Cem primeiros dias
Antes de embarcar para o Rio, o presidente comandará uma cerimônia, no Palácio do Planalto, de balanço dos cem primeiros dias de seu governo. A solenidade será às 8h30 da manhã e cerca de 400 pessoas foram convidadas para o evento.

Bolsonaro havia convocado a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) para gravar um pronunciamento em cadeira de rádio e TV falando dos seus primeiros atos. Acabou, no entanto, desistindo da iniciativa, atropelado pela agenda que previa encontro com cinco partidos políticos PSL, Podemos, Novo, PSC e Avante.

Nessa terça, recebeu os presidentes do PR e Solidariedade. Na semana passada já havia recebido também PSDB, DEM e PSD. Seus auxiliares informaram que “não deu tempo” porque o presidente estava “concentrando todos os esforços” no atendimento aos parlamentares.

Antigas metodologias
Ao assumir o governo, Bolsonaro tinha dito que só negociaria com bancadas e assim o fez nos primeiros momentos. Mas, agora, perto de completar os primeiros cem dias e diante de derrotas e duros embates no Congresso, rendeu-se aos presidentes dos partidos e a alguma das antigas metodologias, tentando dar uma nova roupagem a elas, evitando o toma lá dá cá. Mas, em busca dos 308 votos, Bolsonaro prometeu aos prefeitos e parlamentares que vai liberar emendas e deixar espaço na agenda.

Um dos responsáveis pela articulação no Planalto contabiliza que o presidente Bolsonaro tem “possíveis” 360 votos, o que seria uma margem bastante folgada para aprovar o texto na Câmara. A conta vem, por exemplo, da união de votos das bancadas ruralistas, que tem 260 parlamentares e da saúde, que tem 21, entre outras bancadas.

Mas, na verdade, políticos mais experientes sabem que a matemática não é tão exata quando se trata de votos no Congresso e, por isso, esse enorme esforço do presidente para atrair deputados e senadores para a base, seja com distribuição de emendas, convites para viagens e atendimentos em audiências.

Ajudar os prefeitos
Serão destinados entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões para atender aos pedidos de deputados governistas. A decisão de apressar a liberação de verbas de emendas, algo a partir de R$ 3 bilhões, é um pleito de deputados e senadores que querem ajudar os prefeitos de suas bases eleitorais nas eleições municipais do ano que vem.

A importância da liberação dos recursos logo é para que dê tempo de os prefeitos tocarem as obras e poderem inaugurá-las antes das eleições municipais de 2020. Essa liberação rápida também permitiria que os parlamentares aprovassem a reforma da Previdência no mais breve tempo possível. O governo quer o texto pronto ainda neste semestre.

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