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PF apreende computador da Abin em ação que tem Carlos Bolsonaro como alvo

Informação que vazou no início da operação era de que o computador estaria com filho do presidente, mas a acusação foi desmentida

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Carlos Bolsonaro
1 de 1 Carlos Bolsonaro - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A Polícia Federal (PF) apreendeu um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em operação que tem entre seus alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), no Rio de Janeiro.

O computador da Abin estava na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, ex-assessor do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem (PL-RJ). A apreensão foi em Salvador (BA).

A PF suspeita de que Carlos recebia dados de um esquema ilegal de espionagem dentro da Abin, na gestão do delegado Alexandre Ramagem. Fontes ligadas à investigação chegaram a dizer que o equipamento estaria em um endereço ligado ao próprio Carlos. Mas houve um recuo em relação a essa informação, que foi desmentida pela própria PF.

O computador da Abin teria sido encontrado na casa de um militar do Exército em Salvador, mas a PF ainda não confirmou a informação. A Abin abriu procedimento interno para apurar o caso.

São cumpridos mandados de busca e apreensão nesta segunda-feira (29/1) mirando o núcleo político beneficiado pela chamada “Abin paralela” de Bolsonaro.

Entre os endereços visitados pela PF, estão a residência de Carlos e o gabinete do vereador na Câmara do Rio de Janeiro, além da casa de praia da família Bolsonaro em Angra dos Reis. Agentes da PF estiveram no gabinete de Carlos entre as 7h e 9h, acompanhados por seguranças da Casa e um assessor parlamentar.

Os alvos da fase da operação desta segunda são o vereador Carlos Bolsonaro e pessoas ligadas a ele. Há mandados de busca para endereços da assessora de Carlos, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida; da assessora de Alexandre Ramagem, Priscila Pereira e Silva; e do militar do Exército cedido para a Abin na gestão de Ramagem, Giancarlo Gomes Rodrigues.

As buscas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

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Operação Vigilância Aproximada

A operação desta segunda é um desdobramento de ação deflagrada pela PF na última semana, quando foram cumpridos mandados de busca em endereços ligados a policiais federais que fizeram parte da cúpula da Abin na gestão de Alexandre Ramagem, que foi diretor da Agência entre 2019 e 2022 e atualmente é deputado federal pelo PL.

Segundo a PF, a Abin foi usada de forma ilícita para interferir em investigações que poderiam prejudicar os filhos de Bolsonaro.

A agência teria trabalhado para produzir provas favoráveis a Renan Bolsonaro, filho mais novo de Jair, e na preparação de relatórios para a defesa do senador Flávio Bolsonaro (PL), outro filho do ex-presidente, em investigações sobre “rachadinhas”. Além disso, é investigada a espionagem ilegal de opositores, o que inclui políticos e até ministros do STF.

Em nota divulgada mais cedo, a PF informou que a operação “busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas”.

Veja a íntegra da nota da PF:

A Polícia Federal cumpre, na manhã desta segunda-feira (29/1), novos mandados de busca e apreensão em continuidade à Operação Vigilância Aproximada, deflagrada na última quinta-feira. O objetivo é investigar organização criminosa que se instalou na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) com o intuito de monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando-se de ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Estão sendo cumpridos nove mandados de busca e apreensão em Angra dos Reis/RJ (1), Rio de Janeiro/RJ (5), Brasília/DF (1), Formosa/GO (1) e Salvador/BA (1).

Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público.

Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

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