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PF prende advogado da Boca de Lobo, operação que prendeu Pezão

Tony Lo Bianco foi preso por suspeita de orientar destruição de provas referentes à iluminação do Arco Metropolitano

atualizado

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Tânia Rêgo/Agência Brasil
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1 de 1 pez_abr01102015_067 - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A constatação de que o advogado Tony Lo Bianco interferiu para impedir a investigação de esquema criminoso envolvendo o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), levou a procuradora-geral, Raquel Dodge, a requerer, na última sexta-feira (7/12), a sua prisão preventiva.

Determinada pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça, Felix Fischer, neste domingo (9/12), a medida cautelar foi executada na manhã desta segunda-feira (10/12), pela Polícia Federal. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em quatro endereços ligados ao advogado e na residência de Sérgio Beninca.

As informações foram divulgadas pela PGR. O governador está preso desde 29 de novembro.

Lo Bianco é advogado da empresa Kyocera, uma das integrantes do consórcio que venceu a licitação para as obras de iluminação do Arco Metropolitano, orçada em mais de R$ 96 milhões. Já Beninca, possui ligações com Cézar Amorim, um dos alvos da operação deflagrada em 29 de novembro.

Segundo a Procuradoria, “a atuação irregular do advogado foi descoberta durante o cumprimento dos mandados da Operação Boca de Lobo”, que prendeu Pezão. Na petição enviada ao STJ, a procuradora-geral reproduz trecho de áudio de ligações telefônicas de Tony Lo Bianco a Cézar Amorim.

Os áudios foram interceptados por autorização judicial. Na ligação, Lo Bianco orienta o empresário a pedir para Beninca retirar, com urgência, a documentação da Kyocera de um determinado local.

Na ligação – atendida pelo serviço de caixa postal, uma vez que o empresário havia sido preso na Operação Boca de Lobo – o advogado usa a expressão: “Vai complicar o Arco Metropolitano”.

“Verifica-se, assim, um quadro de intricadas relações envolvendo membros da Orcrim (Organização Criminosa) e, pior, com a destruição de provas a demonstrar a necessidade da custódia cautelar”, pontua Raquel, em um dos trechos da petição.

Na peça, a procuradora-geral menciona a representação policial, destaca a gravidade dos fatos que, conforme afirma, caracterizam o tipo penal do parágrafo 2.º do artigo 1.º da Lei 12.850/20131 – pena de três a oito anos de prisão, além de multa, para quem “impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”.

Lembra ainda que o material probatório incluído na representação é suficiente para fundamentar a necessidade das medidas requeridas para evitar a destruição de documentos e outras informações ainda relevantes à elucidação dos fatos apurados.

Operação Boca de Lobo
O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), e outras oito pessoas foram presas no dia 29 de novembro, quando também foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio, Piraí, Juiz de Fora, Volta Redonda e Niterói.

O ministro Felix Fischer autorizou ainda o sequestro de bens dos envolvidos até o valor de R$ 39,1 milhões.

Entre os presos, estão empresários acusados de integrar o esquema criminoso que causou prejuízo milionário aos cofres públicos. De acordo com as investigações que embasaram as medidas cautelares, o governador integra o núcleo político de uma organização criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a administração pública, com destaque para a corrupção e a lavagem de dinheiro.

Ao apresentar os pedidos, Raquel destacou que a organização criminosa – que desviou verbas federais e estaduais, inclusive, com a remessa de vultosas quantias para o exterior –, vem sendo desarticulada de forma progressiva, com o avanço das investigações.

A procuradora-geral enfatizou que Pezão foi secretário de Obras e vice governador de Sérgio Cabral, entre 2007 e 2014, período em que já foram comprovadas práticas criminosas como a cobrança de um porcentual do valor dos contratos firmados pelo Executivo com grandes construtoras, a título de propina.

As investigações revelaram que, apesar de ter sido homem de confiança de Sérgio Cabral, inclusive sucedendo-o na liderança da organização criminosa, Pezão “manteve um esquema próprio de corrupção”.

 

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