Para evitar vazamentos, policiais não sabiam que iriam prender Queiroz
Ex-assessor dos Bolsonaro foi preso nesta quinta, em Atibaia (SP), durante a Operação Anjo, do MPRJ em conjunto com a Polícia Civil e o MPSP
atualizado
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“Não demos ciência para os policiais para não haver nenhum tipo de vazamento”, foi com essa frase que o delegado da Polícia Civil de São Paulo Osvaldo Nico Gonçalves, que participou nesta quinta-feira (18/06), da prisão de Fabrício Queiroz, revelou um dos segredos da operação. “O objetivo foi evitar qualquer vazamento de informação”, acrescentou durante entrevista à CNN.
“Ontem fomos contatados pelo delegado geral que recebeu a missão do Ministério Público, e nós cumprimos com êxito. A gente fez um briefing hoje por volta de 4 horas na nossa sede e seguimos para o local junto com os promotores públicos”, revelou o policial.
Jandir Moura Torres Neto, o promotor responsável pela prisão em São Paulo, confirmou a preocupação com o vazamento da operação. Para isso, não foram feitas diligências no local da prisão, como é costume da polícia.
“A gente ficou com medo de que alguma diligência que a gente fizesse pudesse comprometer o sucesso do cumprimento das ordens”, disse Moura.
A operação
Queiroz foi preso nesta quinta-feira, em Atibaia (SP), durante a Operação Anjo, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP). A residência em que o ex-assessor foi encontrado pertencente ao advogado Frederick Wassef, que representa o presidente Jair Bolsonaro e seu filho em processos.
Queiroz foi assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e teve a prisão preventiva decretada por suspeita de participação em um esquema de “rachadinha”.
De acordo com a investigação, funcionários de Flávio, então deputado estadual, devolviam parte do salário e o dinheiro era lavado por meio de uma loja de chocolate e através do investimento em imóveis.