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PMs que mataram 4 pessoas na Chapada intimidaram testemunhas, diz MPGO

Uma das pessoas que depôs contra os policiais acusados da chacina disse que se sentiu intimidada com visitas de militares após as mortes

atualizado

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@viladesaojorgechapadaveadeiros
manifestação chapada veadeiros pm mortos goias
1 de 1 manifestação chapada veadeiros pm mortos goias - Foto: @viladesaojorgechapadaveadeiros

Goiânia – Policiais militares acusados de executar quatro pessoas em uma fazenda na zona rural de Cavalcante, região da Chapada dos Veadeiros em Goiás, foram a casas de familiares de uma das testemunhas após o crime. As pessoas disseram que se sentiram intimidadas.

A informação consta no pedido de prisão dos sete policiais, assinado por três promotores do Ministério Público de Goiás, em 21 de fevereiro. Os militares foram presos, indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo MP pelas mortes. A chacina ocorreu no dia 20 de janeiro deste ano.

“Testemunha disse que policiais estão exercendo constantes rondas nas proximidades dos locais que pensam poder encontrá-la”, informou o texto do MP, ao justificar a prisão dos militares.

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Visitas de PMs

De acordo com a testemunha, quatro policiais envolvidos nas mortes foram algumas vezes até as casas de uma amiga, uma prima, uma tia e na residência de ex-sogra, querendo saber do paradeiro de ambas, dizendo que ia intimá-las para prestar depoimento.

Além de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público, a conduta dos militares é apurada por um inquérito policial militar, o IPM. No entanto, o Ministério Público já recomendou ao responsável pelo IPM que testemunhas não devem ser intimadas, coagidas ou conduzidas coercitivamente.

O pedido de prisão ainda citou um relatório da Polícia Civil, em que está escrito que “os populares da região se mostram reticentes em comentar sobre o ocorrido, com receio quanto à própria segurança, posto que os policiais militares envolvidos são atuantes na região”.

Os PMs

Presos por determinação da Justiça desde 25 de fevereiro, foram indiciados (homicídio qualificado e fraude processual) e denunciados os seguintes policiais: sargento Aguimar Prado de Morais, sargento Mivaldo José Toledo, cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos, soldado Welborney Kristiano Lopes dos Santos, cabo Luís César Mascarenhas Rodrigues, soldado Eustáquio Henrique do Nascimento e soldado Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida.

Todos eles são do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) de Niquelândia e lotados no 14º Batalhão da PM de Goiás.

Advogado dos policiais acusados, Fernando Cavalcante, defendeu que as acusações do Ministério Público são infundadas. “Caso haja ação penal, no decorrer da instrução, ficará demonstrado a verdade dos fatos”, afirmou.

O Metrópoles não conseguiu manifestação de Secretaria de Segurança Pública (SSP) e da Polícia Militar. Mas o espaço segue aberto para posicionamentos.

Relembre o caso

Segundo as investigações, Alan Pereira Soares, de 27 anos, Antônio Fernandes da Cunha, de 35, Ozanir Batista da Silva, de 46, e Salviano Souza Conceição, de 63, foram rendidos e executados a tiros por policiais militares.

Ainda segundo as investigações, os militares alteraram a cena do crime para dificultar a investigação. Eles dispararam ao menos 58 vezes, sendo 40 tiros de fuzil, mas retiraram a maior parte dos componentes das munições do local, que são elementos de prova na investigação.

Além disso, os militares disseram que as quatro vítimas teriam atirado contra os militares, mas não foi encontrado nenhum indício disso no local do crime.

Por fim, os policiais alegaram que no local teria uma plantação de maconha com entre 500 e 600 pés. A perícia no local revelou que só haviam quatro plantas. Para fazer volume no momento da queima, os policiais teriam acrescentado vegetação da região no monte.

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