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PM que chamou estudante de “viadão” em GO é indiciado por homofobia

Investigação juntou ao inquérito vídeos de celular e câmera de monitoramento que gravaram as ações do policial contra jovem de 22 anos

atualizado

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PM Goiás homofobia
1 de 1 PM Goiás homofobia - Foto: Reprodução

Um policial militar de Goiás foi indiciado por ameaça, lesão corporal, injúria e homofobia depois de sacar uma arma de fogo, xingar de “viadão” e agredir com tapa um estudante de medicina homossexual, de 22 anos. O caso aconteceu em uma distribuidora de bebidas, em Goiânia.

 

A Polícia Civil de Goiás (PCGO) indiciou o PM, de 40, que não teve o nome divulgado, na última sexta-feira (24/9). A investigação juntou ao inquérito vídeos de um celular e uma câmera de monitoramento, que gravaram as ações dele contra o estudante Lucas Dourado. O caso ocorreu no Parque Acalanto, na capital de Goiás.

A investigação foi realizada pelo Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri). Segundo a polícia, o PM estava fora de serviço no momento em que agiu contra o estudante.

Policial dá tapa em jovem

No vídeo feito por celular, é possível ouvir a voz da vítima indagando o agressor: “Está me chamando de quê?”. O policial à paisana responde: “De viadão mesmo”. Na sequência, começa a agressão, e o estudante grita para o PM sair dali.

Já nas imagens da câmera de segurança, o policial, vestindo uma camiseta preta e boné laranja, aparece indo em direção à vítima e dando um tapa no seu rosto. Em seguida, o militar saca uma arma. Um homem, de camiseta azul, tenta conter o agressor estendendo um braço.

O caso foi registrado na central de flagrantes e encaminhado ao Geacri no dia 16 de agosto. O delegado Joaquim Adorno, titular do grupo especializado, falou sobre o andamento das investigações.

“De lá pra cá, o inquérito seguiu o trâmite regular, fomos atrás de todas as imagens do estabelecimento, ouvimos todas as testemunhas e versões”, explica o delegado.

Adorno reitera que os crimes praticados pelo servidor público foram cometidos em horário de folga e de maneira isolada. “A ação não tem qualquer vinculação com a corporação Polícia Militar, foi um ato pessoal e isolado”, pontua.

No dia do fato, o estudante denunciou a violência que sofreu e escreveu um texto agradecendo o apoio recebido.

“Todas as palavras me dão força, me tornam mais forte e me tiram um pouco desse abismo emocional e o medo, para lutar e combater essas atitudes homofóbicas e esse despreparo dos profissionais que têm como única obrigação proteger nossa integridade e nos deixar seguros.”

PM foi afastado

Além de ser indiciado por ameaça, lesão corporal e injúria, o policial também vai responder pelo artigo 8º da lei 7716/89, que engloba homofobia, por impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público em razão de orientação sexual ou identidade de gênero.

À época dos fatos, a PM afastou o servidor. No entanto, o Metrópoles não obteve retorno da corporação para saber se o policial continua fora das atividades na rua.

O portal também não localizou contato do policial ou da defesa dele para se manifestar.

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