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PM expulso após filmagens de Dona Vitória é morto no Rio de Janeiro

Ex-PM do Rio Leandro Oliveira Coelho morreu a tiros enquanto caminhava em uma praça. Ele é um dos denunciados após filmagens de Dona Vitória

atualizado

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Reprodução/Redes sociais
Foto colorida de Leandro Oliveira Coelho, ex-policial do RJ
1 de 1 Foto colorida de Leandro Oliveira Coelho, ex-policial do RJ - Foto: Reprodução/Redes sociais

Um ex-policial militar do Rio de Janeiro morreu assassinado, nesse sábado (25/2), no bairro da Freguesia, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Leandro Oliveira Coelho, 50 anos, é um dos 30 policiais expulsos da corporação por corrupção após filmagens e denúncias de Dona Vitória, idosa que ficou conhecida após série de filmagens que resultou em investigações criminais na capital fluminense.

Leandro foi executado durante a manhã enquanto caminhava em uma praça. De acordo com relatos de testemunhas, ele morreu no local. Os disparos também atingiram a mulher dele. Ela foi encaminhada ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.

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O ex-policial foi executado dois dias após a morte de Dona Vitória. Aos 97 anos, ela faleceu na quinta-feira (23/2). Vivendo há quase 20 anos no anonimato por questões de segurança, ela teve o nome revelado somente após a morte: Joana Zeferino da Paz. Joana era alagoana, mas morreu na Bahia.

Nos anos 2000, a idosa conseguiu registrar, por meio de vídeos feitos da janela da casa onde morava, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, diversas movimentações de criminosos e policiais militares ligados ao tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras. Os vídeos deram origem a uma investigação que resultou em mais de 30 prisões.

O caso foi revelado em 2005 pelo jornal Extra. Joana morava em um apartamento na Praça Vereador Rocha Leão, de fundos, que dava para a Ladeira dos Tabajaras. Pela janela, começou a ver a movimentação de traficantes em uma boca de fumo.

Ação contra o estado

Conforme apurado à época, a idosa entrou com uma ação contra o Estado em razão da desvalorização de seu imóvel, local onde ela morou por 36 anos. As filmagens seriam, inicialmente, para desmentir a alegação, dentro da ação judicial, de um coronel da PM, que disse que a moradora mentia sobre a existência do tráfico, que seria combatido pelo batalhão.

Por isso, Joana comprou uma câmera e filmou e gravou as cenas que via cotidianamente. As fitas, que mostravam as negociações e movimentações do tráfico de drogas, foram entregues à Polícia Civil, que deu início à investigação.

Além dos traficantes, foram condenados policiais militares por omissão e pelo recebimento de propinas para fazer vista grossa para o crime organizado.

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