Rio de Janeiro – Raios-X, tomografias e informações sobre a arcada dentária têm ajudado na identificação dos corpos, afirmou a titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), Elen Souto, à frente desse trabalho no município de Petrópolis, região serrana, devastado pelas chuvas nesta semana. São mais de 130 mortos e 200 desaparecidos.
Na sexta-feira (18/2), a Polícia Civil informou que, em 24 horas, a quantidade de desaparecidos cresceu de 116 para 218.
“Os números subiram muito. Estamos focados agora na verificação de compatibilidade entre as características dos desaparecidos e as dos cadáveres não identificados. Vivemos uma fase em que os corpos começam a ser retirados em avançado estado de composição, o que inviabiliza a identificação por meio de digitais”, explicou Elen.

A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruiçãoAline Massuca/Metrópoles

Tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruiçãoAline Massuca/ Metrópoles

A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruiçãoAline Massuca/Metrópoles

Chuvas deixaram rastro de destruiçãoAline Massuca/Metrópoles

A tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruiçãoAline Massuca/Metrópoles

Tragédia em Petrópolis já vitimou mais de 230 pessoasAline Massuca/Metrópoles

Moradores ajudam na procura por vítimasAline Massuca/Metrópoles

Número de mortos em Petrópolis chega a 193 - a tragédia é consequência do temporal de terça-feira (15/2), que arrastou carros pelas ruas, derrubou casas e deixou rastro de destruiçãoAline Massuca/Metrópoles

Equipe de resgate em PetrópolisAline Massuca/Metrópoles

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Morro da Oficina, um dos mais atingidos pela chuvaAline Massuca/Metrópoles

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Cachorros sendo resgatados em zona risco em PetrópolisAline Massuca/Metrópoles

Rastro de destruiçãoAline Massuca/Metrópoles

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Buscas por vítimas no Morro da Oficina, em PetrópolisLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Morro da Oficina tem novo risco de desmoronamentoLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Bombeiros fazem buscas por sobreviventes no Morro da Oficina, em PetrópolisLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Pelo menos 80 casas foram atingidas pela barreira que caiu no local, segundo a prefeituraLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Nesses últimos sete dias, moradores ajudaram nas buscas por vítimas Luciano Belfort/Especial Metrópoles

Moradores também buscam familiares e objetos pessoaisLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Uma boneca no meio dos escombros do Morro da Oficina, um dos locais mais atingidosLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Há rastros de destruição por toda a regiãoLuciano Belfort/Especial Metrópoles

As buscas por vítimas continuamLuciano Belfort/Especial Metrópoles

Morro da Oficina é um dos locais mais atingidos pela forte chuva em Petrópolis (RJ)Luciano Belfort/Especial Metrópoles
A delegada alerta que as famílias podem ajudar no processo apresentando exames. “A perícia técnica tem condição de identificar alguém por meio de raios-X e odontogramas [diagrama gráfico em que ficam marcados todos os dentes do paciente]. É importante que as famílias possuam algum raio-X ou tomografia ou indiquem os dentistas das vítimas. Em último caso, é pedido o DNA”, informou.
Digitais em 48 horas
De acordo com o Nelson Massini, professor titular de Medicina Legal da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), é possível em grandes catástrofes conseguir retirar as digitais dos corpos nas primeiras 48 horas.
“Depois fica muito difícil. Daí partimos para as características, como tatuagem, altura, exames, uma espécie de inventário com dados também fornecidos pela família para conseguir a identificação”, esclareceu Massini.
Na sexta-feira (18/2), familiares se aglomeravam na porta do Instituto Médico Legal (IML) de Petrópolis em busca de informações sobre os mortos.
“O grande problema é que não há plano de contingência para grandes catástrofes. Por exemplo, deveria ter se criado uma estrutura fora do IML de Petrópolis com caminhão frigorífico para a identificação dos cadáveres. Isso porque a questão não é a causa morte, mas a identificação. Não há falta de pessoal, mas planejamento”, opinou Massini.
Abrigos e igrejas
Para localizar as famílias de desaparecidos durante as chuvas, equipes da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) estão percorrendo abrigos. “Muitas pessoas ainda estão abrigadas e têm entes desaparecidos. Então, a Polícia Civil está indo ao encontro delas nas escolas municipais e igrejas que estejam servindo de abrigo para aqueles que perderam tudo”, afirmou Elen Souto.
Nessa sexta-feira (18/2), a Polícia Civil lançou o Portal de Desaparecidos. O funcionamento do programa acabou antecipado para atender Petrópolis. O sistema foi desenvolvido pela Secretaria de Polícia Civil do Rio.
Para que imagens e informações sobre pessoas desaparecidas sejam disponibilizadas, é necessário que se faça o registro de ocorrência em qualquer delegacia física ou por meio do site delegaciaonline.pcivil.rj.gov.